Volta às aulas de sucatão
Então são 39 mil alunos de escolas municipais e sete mil de estaduais iniciando, hoje, o ano letivo (tem ainda 30 mil de escolas particulares, porém, a maioria é levada de carros pelos pais ou vai de van). Assim, temos 46 mil estudantes, considerando os de escolas públicas retornando às aulas. Tira daí os que moram perto da escola – em números que a gente não consegue calcular – mas temos uma parcela imensa dos que irão usar ônibus. Boa parte deles nos sucatões da Petro Ita e Cascatinha, que já não atendem o trabalhador, e agora vão igualmente não atender os estudantes.
Depois do Carnaval é que são elas
Essa semana ainda vai ser café com leite porque antecede o Carnaval, muitos alunos não vão retornar. Pessoal ainda tá meio devagar. Agora, passada a folia de Momo, os estudantes voltam em peso. E temos é ônibus pegando fogo toda hora, parando em muro para não ir morro abaixo, quebras constantes, horários suprimidos, ônibus lotados… E isso tudo com os estudantes e seus mochilões que ocupam lugar de três pessoas.
E nada
E sobre isso, a prefeitura não se manifestou em absolutamente nada. Sobre nenhuma melhoria, nenhuma exigência para as empresas, nadinha mesmo.
De olhos abertos
E o povo tá ficando cada vez mais esperto e sabe identificar a cara de pau em ano eleitoral. Um vereador tomou piau num grupo de whatsapp depois de anunciar que está defendendo a manutenção dos empregos da PetroIta e Cascatinha que terão linhas absorvidas por outras empresas. Inclusive a manutenção dos empregos já foi garantida neste acordo. “Defesa que só ocorre a quatro anos” foi o elogio mais bacana que ele teve.
Contagem
E Petrópolis está há 270 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Faz sentido
Sobre o esquecimento da prefeitura que não cantou nem um “Parabéns pra você” pelos 140 anos do Palácio de Cristal completados dia 02, uma leitora da coluna matou a charada: “quando se chega a uma certa idade é bom nem se lembrar do aniversário”.
Precário
E continua a penúria que os funcionários da Câmara de Vereadores estão passando. No prédio ‘velho’ onde é reformado o teto (que deixaram chegar a um ponto em que chove mais dentro do que fora e interditaram até parte do plenário), o pessoal tá usando máscara por causa do mofo, umidade, sujeira e infiltrações. Uma parte dos tapetes foi tirada, mas quando chove tem corredor que não dá nem pra passar de tanta água. E quem foi escalado para trabalhar no casarão alugado por R$ 88 mil na Barão do Amazonas, não tem nem internet para trabalhar e nem relógio de ponto. E para almoçar, a fila pra esquentar a marmita no micro ondas é de 40 minutos.
E o prédio do Inpas?
E o prédio abandonado do Inpas na Rua Teresa ainda não teve a reforma concluída. Seriam quatro meses de obras e outros dois aditivos de prorrogação de prazo e a data de entrega seria outubro ou novembro. O gasto é de R$ 751 mil para concluir a construção que faltava acabamentos e consertar o que o tempo já havia estragado. E pensar que o prédio, avaliado em R$ 5 milhões e abandonado há 19 anos ficará pronto com apenas esse dinheiro (dizemos ‘apenas’ porque é pouco comparado a, por exemplo, reforma de escolas que não têm saído por menos de R$ 5 milhões). O prédio fica na Rua Teresa, número 459 e poderia estar sendo usado em muitas coisas.
Rola desde 2004
Tudo começou em 2004, durante o governo Bomtempo quando se iniciou a construção do prédio com acordo de uma permuta com a empresa MHD Empreendimentos Imobiliários, que venceu uma licitação. O acordo previa que o Inpas teria a posse de algumas salas, enquanto pelo menos sete lojas seriam comercializadas. O “habite-se” foi concedido em 2008, mas somente as lojas foram ocupadas pelo comércio. Ao longo dos anos, as salas destinadas ao Inpas deterioraram-se, passando por cinco governos diferentes: Bomtempo, Bomtempo (reeleição), Mustrangi, Bomtempo novamente, Hingo Hammes, Bernardo Rossi e, atualmente, novamente Bomtempo.
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