Você consegue correr sem GPS?
Lá nos anos 70, quando comecei a correr, não tínhamos essa tecnologia de hoje. Corríamos naturalmente com um relógio de 30 memórias na base do Esforço Percebido, hoje tecnicamente chamada de Percepção Subjetiva de Esforço.
Nos dias atuais temos tanta tecnologia que veio para monitorar com segurança as nossas corridas… Relógios GPS que marcam tudo são um exemplo. “Pace” em tempo real, frequência cardíaca, altimetria, frequência e tamanho da passada. No final, o aplicativo fornece todo o resumo. Isso é o lado bom, principalmente, para os treinadores.
O uso da tecnologia estimula corredores a ultrapassararem seus limites, Lopes (2021). O lado negativo é que alguns corredores (as), “não raros”, ficaram tão viciados nessa tecnologia que não conseguem correr sem ficar o tempo todo olhando, minuto a minuto, para o relógio. Se o equipamento falhar, alguns ficam desesperados e são capazes até de, momentaneamente, parar de correr. Batem no relógio, ficam irritados, apertam todos os botões e nada! Com isso, já perdeu o ritmo e até o treino.
Uma boa ideia é pelo menos “uma” vez por semana correr nos percursos já conhecidos sem relógio, celular e/ou monitor cardíaco. Correr naturalmente sem cobrança apenas ouvindo o corpo. É bom para desestressar e reaprender a sentir o corpo, a paisagem e tudo ao seu redor em vez de ficar fissurado no GPS como se fosse um robô. Sabe aquele treino “fácil” que tem na sua planilha? É nesse dia que você vai sair sem relógio e sem celular. Apenas corra livre.
**Literatura Sugerida: 1) LOPES, Adams de Almeida et al. Influência da Tecnologia de Monitoramento no Desempenho de Atletas Amadores de Corrida de rua. 2021. 2) DE JESUS ALVES, Micael Deivison et al. Relação Entre Diferentes Intensidades da Corrida e a PSE em Corredores de Rua Recreacionais. Congresso Internacional de Atividade Física, Nutrição e Saúde. 2017.