• Viva a Mãe de Deus e a Nossa

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  • 12/10/2022 08:00
    Por Fernando Costa

    Em 2017, comemoramos os 300 anos do aparecimento da Imagem de Nossa Senhora da Conceição nas águas do Brasil – hoje, 305 anos – mais precisamente no Rio Paraíba do Sul. Sua história é bela e emocionante.

    Além de ter sido acolhida pela rede, faltando à cabeça, um prodígio fez com que os três pescadores jogassem a rede e pronto, a imagem estava completa. Era tosca sem os contornos imaginários de perfeição e leveza. Apenas 36 centímetros! Ali ela realizara o primeiro milagre: se até então não havia pescado um só peixe, daquele momento em diante foram tantos, nos fazendo lembrar a barca de Pedro.

    No Rio de Janeiro não havia o Cristo Redentor, uma das maravilhas do mundo, nem se falava no futebol e nada de carnaval. A imagem negra, pela água escurecida na lama, serviu de sinal a nos acenar pela igualdade entre o sofrido povo escravizado predominava no País.

    Os pescadores, familiares e vizinhos, às escondidas, iniciaram as ladainhas e procissões já que havia certa resistência em não permitir a devoção.

    Aparecida, a cada momento, dava um sinal de sua intercessão à misericórdia Divina, ora curando a visão da menina, acendendo as velas, quebrando os grilhões do pobre escravo, a recuperação da saúde do corpo, alma e restabelecendo a paz a tantos que a ela acorriam.

    A messe continua hoje a pedir a intercessão da doce Mãe ao Filho Jesus Cristo. Aos poucos, a Imagem foi construindo a identidade do povo brasileiro e o Caminho Real, Guaratinguetá, São Paulo e região foram conquistando o prestígio que tomou conta do Brasil e do mundo. E os romeiros foram chegando, a pequena igrejinha se transformou em construção mais arrojada e hoje a Basílica Nacional, depois do Vaticano, é a maior do mundo.

    Assim nasceu a Cidade de Aparecida, o Arcebispado e o magnífico Santuário. É uma beleza estar em Aparecida e testemunhar a fé. Milhares de ônibus, automóveis, gente a pé, bicicleta ou na boleia dos caminhões. Quem pode, se hospeda em hotéis; outros, em barracas. A verdade é que emociona.

    A sala dos milagres guarda todas as partes do corpo humano, representado em imagem de cera, vestidos de noiva, bolas de futebol e nas mais diversas manifestações de gratidão à mãe de Deus e nossa.

    As filas intermináveis ao nicho, onde se contempla a pequena imagem que recebeu dos devotos, o manto de rainha e a coroa que se contrasta com a simplicidade da Mãe.

    Ela recebeu a Rosa de Ouro do Sumo Pontífice e a Coroa de Ouro da Princesa Isabel. Com alegria e regularidade temos ido rezar na Casa da mãe, mas, em 2012, vivemos raro momento. Acompanhamos Renato e Célio em orações e Ação de Graças. E, lá, mesmo ciente de que seria difícil participar da procissão não desanimei e fiz os contatos. Eram dezenas de fiéis e diversos eram os motivos que os levavam ao templo.

    Uns celebravam as bodas de diamantes, ouro, prata, Congregações Religiosas nacionais e internacionais, enfim, incontáveis motivos a agradecer. Ainda assim, não desanimei. Pedi mais essa graça, foi quando o responsável pela procissão de entrada me disse que eu aguardasse próximo à escada, onde se instalaria o coral, e ele me chamaria. E a Basílica superlotada e, por mais estivesse tomado de esperança, achei difícil me localizar àquela altura. Eram cerca de 100.000 fiéis no interior e exterior da nave. No entanto, para minha surpresa, avistei a procissão formada e ele foi ao meu encontro. Conduzimos Renato e Célio ao lado da Sagrada Imagem e rumamos ao altar e convidados para ficar ali durante toda a Eucaristia. Haja emoção dos filhos ao receber o abraço e o amor da Mãe Aparecida, tão pequena e frágil, qual Hóstia Consagrada, simboliza o Brasil e o belo amor. Obrigado, Mãe Aparecida.

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