• Vítimas da tragédia na Castelânea levam ao MPRJ relatório com as demandas urgentes da comunidade

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  • Pelo menos dez locais foram incluídos no documento, encaminhado ao Ministério Público

    07/08/2022 17:31
    Por João Vitor Brum

    Cansados de aguardar providências do poder público, a Associação de Moradores da Castelânea criou um relatório elencando todas as demandas urgentes da localidade após as chuvas do início do ano. O documento foi enviado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e parte das demandas foram apresentadas nesta sexta-feira (5), em vistoria técnica convocada pelo MP. Entre os problemas, estão o despejo irregular de detritos em uma encosta, vias com risco de ceder e a necessidade de limpar bueiros e galerias.

    No total, dez regiões da Castelânea foram incluídas no relatório, assinado pela presidente da Associação, Juliana Rodrigues Esteves, que destaca que o foco principal dos moradores é encontrar uma solução para os problemas do bairro.

    “Nós precisamos de soluções, precisamos que alguém olhe por nós. Por isso nos unimos, criamos a Associação e agora estamos estreitando o contato com os moradores e com o Ministério Público. A luta é por todos, porque a situação aqui na Castelânea ainda é grave”, disse Juliana durante a visita técnica do MP.

    (Foto: João Vitor Brum)

    No documento, também detalha que há trechos da Servidão João Nicolau Neissius com casas tomadas por lama e detritos; pontos da Praça Pasteur com buracos; vários pontos da Rua Francisco Blatt cedendo; necessidade de obras na Vila Vasconcellos, onde casas foram atingidas por deslizamentos; e problemas com os deslizamentos que atingiram o Sargento Boening.

    Comdep remove entulho de casas e despeja em encosta

    Na Servidão Luiz Macedo, há diversas casas atingidas por deslizamentos, mas apenas uma delas está recebendo o trabalho de remoção de detritos da Comdep. Por toda a extensão da servidão, podem ser vistos trechos das calçadas cedendo ou já completamente destruídos. 

    A equipe da Comdep que está atuando em uma casa no fim da servidão está, desde o início dos trabalhos, despejando a lama e outros detritos em um barranco próximo à residência, deixando o local com odor forte e riscos de novos escorregamentos. 

    (Foto: João Vitor Brum)

    Em um trecho da servidão, há uma ligação com a Rua Conde D’Eu (no seu trecho final), onde grande parte dos imóveis estão interditados, mas os moradores continuam morando no local. A maior parte deles alega não ter conseguido um imóvel com o aluguel social ou nem mesmo ter sido incluído no benefício. Neste local, há uma cratera que se abriu nos fundos de uma casa, o que também é motivo de muita preocupação. 

    Já na Rua Oswaldo de Freitas, grandes deslizamentos ocorreram ao longo da via, mas apenas a passagem dos carros foi desobstruída, sem remoção dos detritos restantes, que podem ceder novamente. 

    Esgoto escorre a céu aberto no Rio Verna

    (Foto: João Vitor Brum)

    Um trecho do Rio Verna, afluente do Rio Quitandinha, que corta parte da Castelânea, também foi visitado pela equipe do MP junto aos técnicos e a Associação de Moradores. No manancial do rio, no fim da Rua Oswaldo de Freitas, a grande quantidade de esgoto despejado a céu aberto foi motivo de muita preocupação. 

    Já em outro trecho, visitado anteriormente por técnicos e objeto de determinação do juiz Jorge Luiz Martins, titular da 4ª Vara Cível, na Praça Pasteur, apenas o mato foi removido acima dos sedimentos, sem que o local fosse propriamente desassoreado. Este é o trecho final do Verna, onde o mesmo deságua no Rio Aureliano, que segue em direção ao Rio Quitandinha nas Duas Pontes. 

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