Vítima de tentativa de feminicídio continua em estado grave na UTI
A auxiliar de serviços gerais, Margarete de Castro Silva, de 53 anos, continua internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Teresa (HST). Ela levou quatro tiros do ex-marido Carlos Alberto Ramos Gonçalves, também de 53 anos, na manhã da última segunda-feira (3), dentro de uma empresa de ferro e aço (uma antiga fábrica de telas) onde trabalha, na Estrada União e Indústria, na altura de Nogueira. De acordo com a Polícia Civil (PC), ele fez ao menos 10 disparos contra Margarete, que foi atingida na cabeça, costas e braços.
A mulher foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para o Hospital Santa Teresa, onde, ainda na manhã de segunda-feira passou por cirurgia para retirada das balas. A família de Margarete não autorizou o hospital a dar mais detalhes sobre o seu estado de saúde, segundo a assessoria de imprensa do Santa Teresa.
O gerente da fábrica, de 34 anos, que estava com Margarete na hora do crime também foi atingido no braço pelos disparos. Ele foi levado pelos bombeiros para o HST e já teve alta.
Carlos usou um revólver calibre 38 para cometer o crime e, depois de fazer os disparos contra a ex-mulher, ele se matou com um tiro no peito. O seu corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e, no fim da tarde de segunda-feira, foi liberado para o sepultamento. A família de Carlos realizou o enterro na cidade de Chiador, no interior de Minas Gerais (MG), onde residem.
Crime está sendo investigado
A tentativa de feminicídio está sendo investigada pela 106ª Delegacia de Polícia (DP), em Itaipava. De acordo com a delegada titular, Juliana Ziehe, alguns familiares de Margarete de Castro e Silva já foram ouvidos. Em depoimento, eles afirmaram que Carlos Alberto Ramos Gonçalves não era violento e que o crime pode ter ocorrido por ciúmes.
"A vítima teria levado o atual namorado em casa no último fim de semana e o ex-marido parece ter visto os dois. Ele teria ficado com ciúme e praticado o crime na segunda-feira. Mas as investigações continuam", disse a delegada. Ainda de acordo com a Juliana, o casal estava junto há vários anos e nunca houve relatos, segundo as testemunhas, de agressões.
O casal estava separado há cerca de dois meses, eles não tinham filhos em comum. Desde a separação, Carlos estava morando em uma casa alugada no Vale dos Esquilos e Margarete na região da Mosela. A vítima tem quatro filhos, todos maiores de idade.