Visão de encarnados
Abençoado seja, Senhor, por nos ter trazido e aventado esta claridade imensa de como processar as nossas vidas, de como entender o viver, de como podermos galgar os sentimentos enobrecidos, de como conseguir saldar os nossos débitos, de como aflorar a nossa sensibilidade, de como entender o nosso próximo e as razões que os envolvem nos seus dramas e em suas infelicidades.
Obrigado, Jesus, por abrir os códigos divinos de amor, de compreensão e de caridade, pautados nas verdades sublimes, a todos nós. Precisávamos e precisamos da leitura desses códigos, desse código de moral, de amor, de verdade, do código comportamental do ser encarnado e do ser desencarnado, em suas múltiplas facetas de organização estrutural, espiritual e etérea.
Agradecer é o nosso verbo do dia e da noite e ele precisa ser utilizado. A alma não consegue trazer a si uma projeção maior do que ocorre ao seu redor, muito menos àquilo que ocorre no Universo em nível de contexto, de energética, de sensibilidade, de construções e de alternativas.
No momento, a nossa visão está bloqueada e vemos pouco além de nós mesmos, aliás, não conseguimos nem enxergar o que somos. Não queremos ver o que fazemos e nos enganamos quanto aos nossos objetivos; resolvemos viver a bel-prazer usufruindo da materialidade e ornando-nos dos ilusórios.
Tudo isso acontece. Maldade, diriam? Não, absolutamente, mas falta de discernimento, falta de percepção, estagnação de ideias.
O Espírito, com os seus contextos e alguns ideais a mais, não consegue acessar a mente espiritual, quando está encarnado, porque os objetivos da carne são os essenciais que estão explodindo dentro de nós e com os quais precisamos trabalhar mais.
A tarefa na esfera é muito grande, onerosa, pesada e com a desvantagem de nos encobrir algumas facetas do nosso caráter, mas com a grande vantagem de nos obrigar a um ressarcimento maior de nossas dívidas, apaziguando revoltas, burilando os nossos sentimentos e valores. Mas o mais imperioso na vida terrena é imprimir em nós uma movimentação, uma renovação e um aprendizado.
Temos problemáticas inúmeras, que se unem às problemáticas do progresso atual, que se unem às problemáticas daqueles que estão ao nosso lado e que, na verdade, fazem parte de todo o nosso processo cármico.
O exercício na esfera é muito difícil, mas não impossível. E quando percebemos as vantagens que vamos angariar com esses exercícios, vantagens a nós, às nossas almas, vantagens na convivência com irmãos, vantagens de alicerçar um bem maior a se distender a todos neste mundo, podemos homenagear o Criador com a nossa pequena parte de ajuda na fluidificação da esfera.
Todos esperam por uma felicidade, não é? A felicidade é algo que se constrói, lentamente, dentro de nós. E a visão para que a encontremos, os módulos para que consigamos alcançá-la são difíceis e exigem força de vontade, persistência, coragem e pautas de discernimento. Discernir sobre aquilo que vivenciamos e como participar, positiva e construtivamente, do reino de Deus em nós, a ser distendido, também, ao nosso redor.
Como participar e como alimentar essa felicidade em nós? A felicidade, em amplitude de percentuais dificilmente será alcançada na esfera. Momentos de felicidade, sim; entendimentos felizes, sim; busca pela felicidade, sim, quando tivermos aquela força de vontade e conseguirmos entender o que Jesus nos disse e o que a Espiritualidade nos abriu nos relatos da Codificação Kardequiana. Aí, sim, iremos perceber os caminhos certos a encontrarmos a felicidade, a paz, a claridade íntima, o conforto dos deveres cumpridos, os alicerces que lançamos de amor e de compreensão, tudo isso vai poder fazer parte da nossa felicidade.
Irmãos, ousemos buscá-la em nós, olhando a vida com realidade, com humildade e com franqueza, não nos iludindo, passando por ela em harmonia e numa justa posição de cristãos.
Esse deve ser o objetivo a ser alcançado por todo e cada ser. Pensemos sobre isso, irmãos!