Violência: homicídios sobem 47,4% em um ano em Petrópolis
A quantidade de homicídios registrados na cidade tiveram um aumento de 47,4% em um ano, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP). Em 2017, as duas delegacias de Polícia – 105ª (Retiro) e 106ª (Itaipava) – registraram 28 assassinatos, enquanto que em 2016, foram 19 crimes. Conforme o estudo do ISP, o ano passado foi um dos mais violentos registrados nos últimos 15 anos.
De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública, os anos de 2007 e 2008 foram os que registram a maior número de assassinatos, 35 cada. O ano de 2003 vem em seguida, com 31 registros de homicídios na cidade, logo depois vem 2005, com 30 ocorrências. Na contramão desses índices, estão os anos de 2013 e 2014, que contabilizaram 10 e 15 assassinatos, respectivamente.
Conforme o levantamento do ISP, os meses de outubro e março de 2017 foram os que registraram maior número de homicídios: cinco cada. Nesta lista estão os assassinatos de Luciana Vieira Rodrigues, de 32 anos, e dos três filhos – Wesley, de oito anos, Emili, de 13 e Evelin, de 10. Todos mortos com tiros a queima roupa pelo ex-marido de Luciana, o pedreiro Jorge Luis Evangelista, de 51 anos.
Jorge acabou morrendo dias depois no Hospital Santa Teresa (HST) para onde levado depois de ser capturado. Ele estava com 70 por cento do corpo queimado e morreu após complicações de saúde. Após atirar nos filhos e na ex-mulher ele ateou fogo na casa onde a família morava, na Provisória.
105ª DP: quatro inquéritos abertos em 2017 ainda estão sem solução
De acordo com o setor de homicídios da 105ª Delegacia de Polícia, dos 18 inquéritos abertos em 2017 na unidade, 14 já foram solucionados. Ainda de acordo com os investigadores, os assassinatos que ainda não esclarecidos continuam sendo investigados e boa parte deles já estão com os autores identificados.
"O ISP considera cada morte como um homicídio por isso os números podem ser diferentes. Um inquérito pode ter mais de uma morte, mas consideramos como um único caso. Por isso, foram abertos 18 processos no ano passado, desses 14 já foram solucionados pelo setor de homicídios", explicou o investigador da 105ª DP.
Este ano, o setor já abriu 30 inquéritos, sendo que 11 já foram esclarecidos pelos investigadores. Boa parte dos assassinatos, registrados em 2018 estão ligados com o tráfico de drogas. Entre eles, as mortes de Juan Marcos da Silva, de 20 anos, e Patrick de Oliveira Silva, de 23 anos, que ocorreram no Atílio Maroti, nos meses de abril e maio. Os suspeitos dos crimes, três homens, entre 18 e 20 anos, foram presos durante uma operação da Polícia Militar (PM), na Comunidade do Neylor.
Outro crime que também chocou a cidade e tem ligação com o tráfico de drogas foi a morte do motorista de ônibus Edson Carlos Maximiano, de 54 anos, assassinado a tiros no fim de outubro no São Sebastião. O suspeito, de 28 anos, foi preso em uma operação da Polícia Civil no dia 21 de novembro. De acordo com os policiais, ele está envolvido em outros dois homicídios.
REGISTRO DE HOMICÍDIOS – ISP
2003 31
2004 23
2005 30
2006 31
2007 35
2008 35
2009 22
2010 26
2011 20
2012 19
2013 10
2014 15
2015 20
2016 19
2017 28
2018 (dados até outubro) 29