Vice do BCE vê retomada no 2º semestre e fala em análise de alta em juro de bônus
Vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou nesta quarta-feira que o crescimento econômico da zona do euro deve ser próximo das projeções da própria instituição de dezembro. Durante evento virtual do Banco Berenberg, Guindos disse que o avança do Produto Interno Bruto (PIB) da região será mais fraco do que o previsto no primeiro trimestre, mas a expectativa agora é de crescimento mais forte no segundo semestre. O dirigente ainda comentou o recente avanço em retornos de bônus, destacando que isso ocorre pelo mundo e que ainda “é preciso analisar” o movimento.
Guindos ressaltou o “alto nível de incerteza” no quadro atual e considerou que o ritmo da vacinação contra a covid-19 será fator crucial para apoiar a retomada. Além disso, voltou a destacar o “papel importante” da política fiscal, nesse contexto.
Sobre a alta recente nos juros dos bônus, o vice do BCE ressaltou que os retornos nominais vinham de níveis muito baixos.
“Em termos de spreads, a situação é muito calma” entre diferentes países da zona do euro, considerou. “É preciso analisar o que está por trás do avanço dos yields”, comentou Guindos.
Ele disse que isso poderia ser um “processo de normalização”, um fenômeno “natural” ante a perspectiva de retomada, mas também sinalizar para um quadro “mais preocupante”, sem detalhar.
O dirigente afirmou que o BCE trabalha para manter as condições de financiamento favoráveis na zona do euro e que não pretende impor um controle na curva de juros.
Guindos ainda previu que a inflação subirá no curto prazo na zona do euro, mas ainda distante da meta de quase 2% do BCE. Sobre as negociações de um pacote fiscal nos EUA, comentou que a recuperação no país “deve ser rápida”, o que apoia o quadro global.
Em relação ao trabalho do BCE, ele comentou que este poderia elevar o ritmo de suas aquisições no programa de compra de ativos (PEPP, também na sigla em inglês), se necessário.
Segundo ele, após a pandemia terá de ser prestada atenção para a posição fiscal dos países, sobretudo aqueles com posição mais delicada, mas no momento atual esta não é a prioridade.