• Vereadores também foram pegos de surpresa com descarte de 15 toneladas de alimentos estragados

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  • 10/03/2021 18:24
    Por Luana Motta

    A Comissão de Educação, Assistência Social e Direitos Humanos da Câmara Municipal também foi pega de surpresa com a notícia do descarte de 15 toneladas de feijão e macarrão que estavam impróprios para o consumo no depósito de alimentação escolar do município. Em visita ao galpão, na segunda-feira (8), a Comissão pediu mais esclarecimentos sobre o processo de notificação e descarte e cobrou ações para que o município não sofra dano erário.

    A Secretaria de Educação afirma que os alimentos foram entregues contaminados por carunchos, e a empresa Barra do Turvo nega e diz que os alimentos foram contaminados dentro do depósito pelo mau armazenamento. Diante desse impasse, a Comissão de Educação pediu a apresentação do laudo feito no ano passado que atesta a contaminação e consequentemente a impossibilidade de consumo dos alimentos.

    Segundo o presidente da Comissão, o vereador Yuri Moura, o que chamou a atenção foi que houve uma omissão do governo passado sobre a contaminação dos gêneros. “Perceberam isso em junho, entraram em contato com a empresa, a empresa não fez a reposição, ignoraram isso por mais cinco meses. Aí está o problema: o gênero que ficou lá meses podendo contaminar todos os outros nutrientes que estavam no depósito”, disse Moura.

    Na vistoria, a Comissão identificou que os alimentos contaminados tinham sido armazenados nos fundos do galpão. E uma das recomendações da Comissão é justamente a transferência do depósito para outro lugar. “O depósito fica sobre um túnel extravasor, e quando chove pode ter infestação de ratos. O próprio gerente indica que deve mudar de lugar o mais rápido possível”, alerta o presidente da Comissão.

    Durante a reunião com a gerência da alimentação escolar, a Comissão cobrou ações para que a empresa seja obrigada a repor os gêneros; e ainda pede que ela seja impedida de participar de qualquer processo licitatório no município.

    “O Tiago [Gasparini Ramos, gerente do Depósito de Alimentação Escolar] agiu da forma correta, o único erro foi não ter avisado antes o CAE e também a Comissão de Educação. Algo que vai ser corrigido. Eles fizeram a avaliação de que poderia informar depois do descarte e agora combinamos que que antes de qualquer descarte, até para dar mais transparência para a população, que seja avisado”, disse o vereador do PSOL.

    Outro ponto levantado na reunião com a gerência é em relação às 9 toneladas de carne que estão estocados nas unidades escolares em todo o município. A compra foi feita com previsão para o último ano letivo, mas, sem as aulas presenciais, o alimento ficou armazenado nos freezers das unidades. “A gente acha muito inseguro, porque qualquer pico de luz em uma escola num fim de semana pode estragar a comida. Essa insegurança se dá pelo não retorno das aulas”, disse.   

    Como já noticiado pela coluna Les Partisans, a carne da merenda escolar é objeto de uma investigação da Polícia Federal acompanhada pelo Ministério Público Federal em Petrópolis.

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