Com tensão e polêmica, vereadores aprovam limitação do uso de banheiros masculino e feminino para pessoas trans em Petrópolis

E deu o maior quiprocó ontem na Câmara. Os vereadores aprovaram projeto de lei apresentado por Octávio Sampaio que limita o uso de banheiros públicos ao sexo biológico. O projeto foi feito para impedir, por exemplo, que mulheres trans possam usar o banheiro feminino. Sampaio alega que fez a lei para evitar risco e desconforto para mulheres e crianças. A vereadora Lívia Miranda reagiu com veemência: disse que a lei é transfóbica e “coloca um alvo sobre as pessoas trans”. O debate na sessão foi quente e teve de tudo. Gilda Beatriz, favorável à lei do vereador bolsonarista, ofereceu como solução para o impasse a criação de um terceiro banheiro, unisex. Júlia Casamasso, contrária, pediu o adiamento da votação ao ver que projetos parecidos aprovados em outras cidades foram anulados na Justiça por serem considerados inconstitucionais. Mas não teve jeito: o projeto foi votado e aprovado por 10 votos.

E a treta não parou

O rebu foi formado com repercussão até mesmo depois da votação. Octávio Sampaio foi às redes sociais dizer que sofreu ameaças e xingamentos. “Interromperam minha fala, depois me esperaram no plenário para tentar me agredir. Esses são os intolerantes”, disse, prometendo publicar tudo nas redes sociais. No post, Octávio aproveitou para provocar os militantes: disse que o seu projeto de lei “legisla sobre o óbvio”. Já militantes LGBTQIA+ lamentaram a votação. O grupo considera que “a decisão ignora o princípio básico da igualdade” e que este “é mais um ataque à vida e à existência de quem já precisa lutar diariamente para sobreviver”. A cobertura completa, com todos os detalhes sobre a votação, você acompanha ainda hoje, aqui na Tribuna.

Guerra identitária

Como o tema é complexo e tem muita gente que se confunde, Partisans explicam: pessoas trans são aquelas cuja identidade de gênero não se identifica ao sexo biológico. O fato de a pessoa ser transgênero não tem relação com a orientação sexual. Apesar do direito internacional aos direitos humanos garantir o princípio da não-discriminação à identidade de gênero, as pessoas trans representam um dos grupos com maior vulnerabilidade: para se ter uma ideia, a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos – a média geral da população é de 75 anos.

Enquanto isso…

Milhares de petropolitanos aguardam por exames, consultas e cirurgias, os ônibus estão lotados e Petrópolis ainda vive um estado de penúria financeira. Fora o resto. E, pra piorar, nem tem essa quantidade de banheiro público toda em Petrópolis. Pelo contrário: quem fica apertado passa, literalmente, o maior aperto até achar um espaço ofertado pelo município. E quando acha, nem sempre encontra nas melhores condições.

Entulho aéreo

A grande quantidade de fios emaranhados nos postes de Petrópolis – a maioria sem a menor utilidade –parece ser um problema sem solução. A coisa literalmente tá feia: mesmo em dias belíssimos de outono, como o de ontem, a fiação “rouba a cena” e enfeia o ambiente, como nesse registro, na subida do Quissamã. Além dos cabos de energia, a Enel aluga postes para operadoras de internet, telefonia e TV a cabo. Estas, por sua vez, modernizam sua rede, instalam novos cabos, fazem novas ligações… E ninguém tira os fios que não servem mais, ninguém é responsabilizado por isso e a cidade fica emporcalhada.

Novo velho Centro Histórico

Aliás, perguntar não ofende: que fim levou o enterramento da fiação da Rua do Imperador, hein?

Base aliada

Ontem, a gente reproduziu a crítica no meio político sobre a falta de coordenação política do governo. Mas teve um reforço: o vereador Dudu tem subido mais à tribuna para defender a gestão do prefeito Hingo Hammes. Ontem mesmo teve um debate com o líder da oposição, Léo França. Mas calma, gente… Foi tudo em alto nível. Os dois agora estão se dando bem de novo após aqueles, digamos, desentendimentos de tempos atrás.

Trabalho conjunto

A associação Unidos por Itaipava (Unita) e a NovAmosanta uniram esforços na busca de soluções para a mobilidade urbana do terceiro distrito. Os dois grupos estão fazendo, de forma conjunta, todo o levantamento de projetos e, ontem, durante campanha de associação da Unita, já houve a apresentação de alguns projetos.

Contagem

Estamos há 2 anos, 1 mês e 3 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br