Vereadora Gilda renuncia a cargo da mesa diretora por violência de gênero
Gilda Beatriz, em seu terceiro mandato e ocupando o cargo de primeira secretária da mesa diretora, renunciou à função. Seu manifesto foi feito ontem em plenário e a decisão tinha sido avisada no dia anterior aos demais. Ela expôs uma série de acontecimentos passados e recentes em que estava sendo colocada de lado pelos seus pares: “o que mais me dói é sentir que tudo está acontecendo por eu ser mulher, uma violência de gênero”.
Divergências
Assim como é a primeira vez que uma mulher ocupa o cargo de secretária da mesa diretora no legislativo petropolitano, é também inédita a renuncia à função. Gilda relatou falta de diálogo e divergência com o presidente da Câmara, Junior Coruja, que, por sinal, é do mesmo partido de Gilda, o PSD.
Colocada de lado
Há tempos Gilda vem relatando discriminação por ser mulher e ontem fez um relato mais recente. Não pode nomear a advogada Rosângela Stumpf como assessora da secretaria da mesa como o regimento interno da casa permite. Também foi tirada da presidência da Comissão de Educação da Câmara e substituída pelo vereador Léo Franca, sem sequer ter sido avisada. “Questões de gênero estão presentes muito mais do que pensamos no dia a dia do meio político”, disse Gilda, destacando ainda que isso sempre ocorreu, mas que agora ‘foi mais escancarado”.
Como fica no PSD?
O que a vereadora denuncia é grave e deve ser apurado e não apenas na esfera do legislativo. O PSD também dever vir às falas, afinal, o episódio recente citado por Gilda envolve ela, vereadora, o presidente da casa, Junior Coruja e a presidente do PSD, que é a advogada Rosângela Stumpf. A violência de gênero está na esfera partidária também. E mais: em 2019, o Supremo Tribunal Federal havia reconhecido a omissão do Congresso Nacional em criminalizar a discriminação por identidade de gênero e orientação sexual e determinou o enquadramento desses casos no tipo penal definido na Lei do Racismo até que o Legislativo edite lei sobre a matéria.
Vai rolar
Lembra que a gente falou que as secretarias da Mulher e do Trabalho subiram no telhado porque dependem de aprovação dos vereadores e ainda não teve acordo com a prefeitura? E que, assim, Bomtempo iria tentar a Secretaria da Pessoa com Deficiência? Também não tem acordo. Mas, tá quase.
Contagem
E Petrópolis está há 148 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Acende a luz
Lembra que em abril a prefeitura anunciou que comprou quatro mil lâmpadas de led para serem instaladas especificamente no Parque de Exposições em Itaipava? Na época ainda ficamos pensando porque tudo isso se o parque fecha às 18h e também se não iria prejudica fauna e flora dali. Mas, parece que nem vingou. Nunca mais ninguém falou no assunto e pelo que dá para notar, continua tudo na mesma.
Exposição Agropecuária
Em tempos de vacas gordas com R$ 288 milhões de ICMS a mais por ano a prefeitura pensa em retornar com a Exposição Agropecuária no Parque de Exposições em Itaipava. A última edição foi em 2019 e, depois, com a pandemia, sumiu e não voltou mais ao calendário de eventos.
Deve ser babado
Ficamos bestas que até mesmo o contrato com o escritório de advocacia na questão do ICMS – aquele dos 12% mensais do valor apurado do imposto como honorários – foi para o Portal da Transparência da Prefeitura e o contrato de R$ 46 milhões com a De Sá, de terceirização de pessoal da Educação firmado na gestão de Hingo Hammes até hoje não foi publicado. Deve ser de uma rebordosa daquelas.
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