Vereadora Erika Hilton é alvo de novas ameaças de morte por e-mail
A vereadora de São Paulo Erika Hilton (PSOL) sofreu novas ameaças de morte por email. “O ódio é nossa razão de viver”, escreveu o autor das agressões, que ainda não teve identidade confirmada. A parlamentar afirmou que vai registrar boletim de ocorrência. A nova ameaça está sendo agregada em um inquérito em curso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
Na mensagem, de teor homofóbico e transfóbico, o criminoso se refere a Hilton como “lixo social”. Em outro trecho do email, o autor ameaça a vereadora de morte. “Vamos matar vocês com uma bomba, vamos explodir suas casas e estraçalhar seus corpos”, escreveu.
Além das ameaças, o conteúdo presente no email também culpabiliza a comunidade LGBT+, de maneira pejorativa e sem respaldo científico, pela transmissão da varíola dos macacos no País. “Nojentos e doentes”, diz o texto.
Desta vez, o autor estendeu a ameaça a outras parlamentares. Isso porque Hilton e a vereadora suplente de Porto Alegre Natasha Ferreira, ambas do PSOL, denunciaram o presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma declaração do mandatário no Flow Podcast no início de agosto. Durante a entrevista, ele sugeriu que a varíola dos macacos estaria diretamente relacionada a homossexualidade.
O criminoso ainda ordenou que Hilton entregasse o cargo. Para atestar a intimidação, o email menciona Erica Malunguinho, primeira deputada trans do Brasil, que abdicou oficialmente da reeleição nesta semana. “É evidente que as ameaças recorrentes contra mim e tantas outras mulheres sejam elas da política, ou jornalistas, tem o objetivo de nos constranger e intimidar para interromper nossa atuação”, disse Erika Hilton ao Estadão.
“No meu caso, citam explicitamente que eu devo desistir de ser candidata e sair da vida pública. Não conseguirão”, ressalta.
Essa não é a primeira vez que Erika Hilton é alvo de ataques. Em março deste ano, ela foi intimidada por uma mulher através de mensagens por email. Na ocasião, a autora ameaçou esfaquear, degolar e atear fogo no corpo da vereadora. Na época, a parlamentar prestou queixa e ofereceu representação criminal contra a suspeita.
Por conta da crescente onda de violência política contra vereadoras trans, as provas desta mensagem estão sendo reunidas em uma investigação da Polícia Civil para verificar se existe relação entre as novas e as antigas ameaças. A expectativa é que a autoria dos e-mails também seja apurada.