• Veneração ou idolatria?

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  • 21/04/2021 08:00
    Por Fernando Costa

    Preliminarmente é preciso que se estabeleça uma dicotomia entre ídolo e imagem. As imagens estão nas Sagradas Escrituras e são, diversas as passagens como, por exemplo, em Ex 25, 17-22; 37, 7-9; Nm 21, 8-9, 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36: 8, 7; 2Cor 3,7.10 -14; 5, 8: 1 Sm 4.4; 2 Sm 6,2, Ez 41, 17-21; Hb 9,5 e etc. Há de se fazer distinção entre ícone e ídolo. São imagens, mas, distintas.

     Um ídolo é uma criatura colocada no lugar de Deus. Um ícone é uma imagem feita por mãos humanas não para substituir Deus, mas, que remete a Ele. É como se fosse uma janela que se abre para o Senhor.

     A primeira é proibida e se fosse ao contrário estaria contrariando o primeiro mandamento. Mais que oportuno às vésperas do dia 15 de agosto, quando a Santa Igreja reverencia nossa Mãe e Rainha Aparecida nas Águas do Brasil Assunta aos Céus – “Assunção de Nossa Senhora!” Em Lc 1,48 Nossa Senhora diz “Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada”. Jesus por diversas vezes exaltou a bem-aventurança.

    Portanto, lícito venerar imagens e até ajoelhar-se diante delas. Imagem nos ajuda a imaginar. É a linguagem em forma de um ícone, pintura, desenho, escultura…

    No século IV antes do surgimento do Protestantismo São Gregório de Nissa falava dos benefícios e do meio de comunicação estabelecida entre a pessoa e as obras religiosas das igrejas e mosteiros.

     Muito além de ser arte nos remete ao Divino sem, contudo, ser interpretado que ali se constitui uma adoração a um objeto.

    Não é assim. Deus nunca proibiu as imagens.

     Ídolos falsos sim.

    A guisa de tornar clara a reflexão põe em relevo o “bezerro de ouro” que provocou a indignação de Moises no Monte Sinai.

    Retomemos, pois, ao fio condutor, as imagens. Elas nos ajudam a refletir.

    Existem várias formas de linguagem: a de comunicação verbal/falada, expressa/escrita, a que manifesta um pensamento ou a fé através da escultura, pintura, desenho…

    São tantas! Traduzem amor, alegria, como também tristeza e dor…

     Isso me faz lembrar a passagem de uma carta enviada pelo Papa São Gregório Magno ao Bispo de Marselha dizendo a ele que “não deveria quebrar as imagens de sua igreja porque elas não estavam ali para serem adoradas, mas, sim cultuadas e respeitadas: Se existem para a honra e glória do Altíssimo e se nos elevam ao puro e santo por que ignorá-las?”

    Elas nos ensinam. Servem de exemplo de vida, retidão e virtudes. Você jogaria uma fotografia de seu avô, bisavô, pai, mãe, filho ou parente no lixo? Então! As imagens são para serem vistas assim. Com respeito, afeição e gratidão.

    Todos os dias durante a Sagrada Liturgia e Recitação do Terço, de joelho perante minha pequena ermida presto reverência ao Divino e Sagrado e junto a eles louvo a meus pais e antepassados.

    São dignos de louvor.

     Sei, e sabemos nós, que somente a Deus adoramos: “Latria”. É o Senhor do universo, Uno e o Trino, Todo Poderoso. Alfa e Ômega do Cosmo.

     Aos Santos e aos Anjos prestamos um culto de veneração: “Dulia” Uma homenagem.

    As imagens dos Santos para nós devem ser vistas como exemplo, modelo de vida que nos inspira a sermos melhores.

     A imagem nos recorda uma pessoa virtuosa que está nos céus a interceder por nós. No Concílio de Nicéia 11 realizado em 787 um tema discutido foi às imagens.

     E ficou evidenciada a importância delas e o auxílio que elas nos prestam na contemplação divina.

     É inegável o seu valor pedagógico. A tradição cristã precisa ser preservada e acima disso, respeitada. A idolatria está no coração da pessoa que insiste em se ver assim.

     As procissões adornadas com imagens, lanternas, velas, flâmulas, bandeiras, estandartes e outras manifestações religiosas além de traduzir a fé também demonstram a nossa religiosidade e o manuseio da Sagrada Palavra às encontra.

     A caminhada em penitência, alegria, devoção ou súplica. Uma peregrinação para agradecer. (lSm 1-16 e em 2Sm 6. 1-5) Está inscrito no Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 1.161: Todos os sinais de celebração litúrgica são relativos a Cristo; São-nos também as imagens sacras da Santa Mãe de Deus e dos Santos.

    O Divino Filho é glorificado neles.

    São testemunhas (Hb 12,1) e participam do mundo na celebração Eucarística. Somos a imagem e semelhança de Deus.

     Nas Sagradas Escrituras encontramos inúmeras vezes os Anjos, Arcanjos, Querubins e Serafins: o que anuncia, o que cura, o que conduz ao céu, o que protege: repreende.

    São tantos os Anjos…

    Honremos os Santos eleitos do Senhor. Amemos a mãe Maria Santíssima Sacrário de Nosso Salvador e Redentor Jesus o Filho de Deus que é sabedoria, misericórdia, justiça, amor e esperança.

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