Vendas no varejo caem 17,1% em fevereiro ante um ano, segundo ICVA da Cielo
A pandemia da covid-19 continua a impactar as vendas no varejo brasileiro, segundo dados do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que acompanha mensalmente a evolução do setor. Em fevereiro recuaram 17,1%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2020. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o ICVA apresentou queda de 9,9%.
Segundo o indicador, a queda nas vendas seria menor se desconsiderados os efeitos de calendário. Isso porque em 2020, ano bissexto, o mês de fevereiro contou com um sábado a mais de comércio. Sem tais efeitos, o índice do mês apresentou queda de 13,5%, descontada a inflação. Em termos nominais, com os ajustes de calendário, o ICVA apresentou retração de 5,9%.
Os setores que apresentaram maiores desacelerações foram Turismo e Transporte, Postos de Gasolina e Móveis, Eletro e Departamentos. Supermercados e Hipermercados e Livrarias, Papelarias e afins apresentaram aceleração frente a fevereiro do ano passado.
“A pandemia continua impactando o varejo. Depois da recuperação observada até outubro, já estamos no quarto mês seguido de queda, voltando ao patamar de agosto. Um dos poucos segmentos com variação positiva foi o de Supermercados e Hipermercados. O grupo de Serviços, em especial o setor de Turismo e Transporte, permanece com a maior queda, refletindo o impacto das medidas de restrição em todo o país”, afirma em nota o Head de Inteligência da Cielo, Pedro Lippi.
Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado em fevereiro pelo IBGE, apontou alta de 5,2% no acumulado dos últimos 12 meses, com aceleração de 0,86% em fevereiro. O grupo de Alimentação e Bebidas foi o que mais contribuiu para a aceleração do índice.
“Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado foi de 8,7%, acelerando em relação ao índice registrado no mês anterior”, afirma a Cielo. Descontada a inflação e com o ajuste de calendário, todos os macrossetores registraram desaceleração.
Postos de Gasolina e Farmácias e Drogarias foram dois segmentos onde a desacelaração mais pesou no bloco de Bens Não Duráveis. No bloco de Bens Duráveis e Semiduráveis, o destaque da desaceleração foi Móveis, Eletro e Lojas de Departamento. No bloco de Serviços, Turismo e Transporte foi o segmento com maior desaceleração.
Regiões
Segundo a Cielo, todas as regiões do País apresentaram desaceleração na passagem mensal de acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário. Na região Sudeste, a queda foi de 15,2%, seguida das regiões Nordeste (-14,0%), Sul (-10,1%), Norte (-9,5%) e Centro-Oeste (-8,4%).
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação -, a única região com variação positiva foi a Centro Oeste, com crescimento de 0,1%. As demais apresentaram quedas: Sudeste (-8,4%), Nordeste (-5,8%), Sul (-1,6%) e Norte (-0,3%).