Venda de produtos no formato de bazar garante uma boa renda extra
A crise econômica que o país enfrenta tem levado muitos brasileiros a procurar alternativas para ganhar dinheiro. Com o aumento do desemprego e a dificuldade para conseguir um novo trabalho, é preciso pensar rápido em como gerar renda. Mas como fazer isso? Em Petrópolis, mulheres empreendedoras resolveram se desfazer de peças de roupas, sapatos, bolsas e joias que não usam mais. E, além de espaços físicos, elas têm investido e ocupado bazares virtuais, que acontecem via Whatsapp, Facebook e Instagram. A prática tem se mostrado como um negócio promissor.
A estudante de direito Catarina Rodrigues tem 26 anos. Em novembro do ano passado, quando casou e saiu da casa dos pais, resolveu vender algumas roupas dela e da irmã (que estava indo estudar na Alemanha). A ideia era, de fato, transformar em dinheiro aquilo que elas já não usavam mais. No início, as peças eram mostradas para amigos e pessoas próximas, mas o negócio cresceu e hoje as roupas são vendidas para pessoas de toda a cidade, via grupos de whatsapp.
As peças custam entre R$ 10 e R$ 100 e Catarina contou que muitas são de marca, como Folic, Osklen e Zara. Comecei em 2015, mas o lucro maior veio este ano. Em casa, vendo para as pessoas mais próximas. Mas, também comecei a entrar em grupos de bazares de outras pessoas e criei minha própria página no Facebook, a InLove, disse. Além disso, ela começou a comercializar com diversas pessoas que pertencem a esses diferentes grupos. Só nesses primeiros meses vendi cerca de R$ 2 mil. A divisão do dinheiro depositei na poupança do meu filho, que tem um ano. A minha irmã usou para ajudar na viagem, afirmou.
E a tendência é que o negócio cresça ainda mais. A estudante comentou que a ideia agora é vender também acessórios, maquiagem, e roupas novas, além das usadas. Isso mesmo, tudo junto e misturado. “É uma ótima forma de criar looks lindos e despojados, além de economizar”. Catarina já conseguiu uma parceria com a marca Mary Kay de maquiagem e a Bruna Rocha Semijoia. Daqui para frente, disse que vai investir mais nas redes sociais para alcançar um público ainda maior. “Já estou pensando em trabalhar até com modelos para as pessoas terem ideia das pe- ças”, disse. Em tempos de crise, Catarina declara: “As mudanças sempre acontecem e são necessárias, então o que precisamos é de criatividade”, finalizou.
Nos bazares físicos da cidade, há de tudo, desde simples enfeites de cabelo até casacos importados. Uniformes de escolas particulares, sapatos, acessórios, roupas, móveis e até mesmo capacetes podem ser encontrados. Com isso, quem não tem preguiça e gosta de garimpar, pode se dar bem nessa caça ao tesouro. Apesar de muitos não conhecerem, eles estão espalhados por diversos pontos e a grande concentração é no centro da cidade.
Em um deles, que fica no segundo piso da Galeria Gemini, o que chamam a atenção são as bijuterias. Todas antigas e em bom estado, nelas é perceptível a qualidade de um produto de segunda linha do passado. Muitas são réplicas de joias, vendidas a partir de R$10. Segundo o dono do bazar, Wilian Mogrovejo, apesar da crise, as vendas não aumentaram. “Muitos vêm aqui procurando vender os seus objetos, mas na maioria das vezes são artigos que não são do nosso interesse”, disse o comerciante, que apontou as vendas de bazares de roupas como as mais significativas no momento.
Também na rua do Imperador, outro bazar localizado próximo ao número 5 tem grande fluxo de pessoas diariamente. O local é compartilhado por vários vendedores e dividido em boxes. De acordo com a dona de um deles, que preferiu não ser identificada, a diversidade de clientes é o que mais surpreende. “Tenho de tudo um pouco aqui, de roupas a louças, e percebemos uma grande mudança de clientes que frequentam o bazar. De primeiro, eram mais pessoas humildes, agora vêm também pessoas com condições muito boas. O brechó abrange hoje todos os públicos”, garante. Esta semana, Juliana Pales estava por lá e contou que o gosto pela compra em bazares veio agora. Ela comprou dois casacos, modelo sobretudo, por R$100. “Essa é a segunda vez que compro em um bazar e a primeira que venho aqui. Percebi que vale à pena”, conclui.