• Velhos Costumes

  • 24/10/2018 10:25

    Venho observando, há algum tempo, a propósito de como uma parcela da população vem agindo, relativamente a gestos e atitudes adotados para com seus semelhantes.

    E tal  constatação é de gerar preocupação, e a pergunta que se faz: será que tudo ocorre porque a  cadeira  de  Moral  e  Cívica,  que  integrava  as  grades  escolares  haja sido  postergada?  Não  há  dúvida  que  tal exclusão  fez  com  que  muitos  viessem  a desconhecer  os  objetivos  que  presidiam  referida  matéria.Ou então  quem  sabe,  os comportamentos  acima  enfocados  são  originários  de  outras  causas  –   falando francamente – em razão de a educação recebida no lar pelos jovens haja sido superficial ou sequer, não existido.

    Enxergo,  por  outro  lado,  no concernente ao que ora faço narrar , que os fatos  não se prendem somente às questões acima aludidas e por outro lado, não ocorrem apenas com relação à minha pessoa. 

    O desrespeito, a  ausência  de  cordialidade,  o  modo grosseiro  de  se  expressar  enfim,  seja  na  via pública,  no  interior  dos  ônibus,  nos   elevadores,  nas  salas  de  espera  de  consultórios,  além  de  tantas outras  situações,  especialmente  no  trânsito,  não são  sentidas  só  por  mim  vez  que  ouço  constantemente muitas queixas a tal respeito. Pondero,  ainda,  se  o  leitor  bem  refletir  e  certamente  há  de  comigo  concordar,  quanto  ao significado do verbo "agradecer", fora do dicionário Aurélio, há tempos.

     De outra ponta, no trânsito, os pedestres que "se cuidem" porquanto se não guardarem a devida atenção  e  cautela,  os  veículos  lhes  passam  por  cima,  até  mesmo  nas  faixas reservadas,  sem  falar  nos  outros  meios  de  transporte  que  acabaram  por  tornar  os  grandes  centros  insuportáveis, especialmente  quando  me  refiro  a  motocicletas  com  descargas  livres  e  conduzidas,  nem  sempre  por "pilotos" educados e, sobretudo, prudentes. 

    Pior se a moda pegar – quem sabe  –  os proprietários de automóveis também  com seus veículos com as descargas abertas, por "isonomia", aí sim que a "festa" ficaria completa e muitas cidades em pânico,  se é que já  não  estejam, por tantas outras razões.

    Tenho a convicção e o leitor  já  deve ter  observado, que ao nos  dirigirmos a uma pessoa com a finalidade  de  apenas  cumprimentá-la, a  recíproca  nem  sempre  é verdadeira e o "distraído" fita os olhos no além, como se nada tivesse ocorrido.

    No  transporte  coletivo  e  demais  locais  públicos  e  até em  templos  religiosos,  venho percebendo  que  o  inesquecível  gesto  que  aprendemos  com  nossos  pais  de  ceder  os  lugares  aos  mais velhos – que tristeza – "caiu em desuso, por completo".

    Tais atitudes hão de a todos entristecer, uma vez que a humanidade a palmilhar por  caminhos tão sinuosos,  certamente  será conduzida no futuro a momentos de  arrependimento,  pela  falta  de  caridade  e amor não praticados entre irmãos de quem afinal, todos somos.

    Os idosos,  não posso olvidar, sentem falta  de gestos de amabilidade e ternura  e por esta razão sempre é bom recordar o poeta quando escreveu:

    "Dê  carinho  ao  mais  idoso,  não  o trate  com  desdém,  pois  você,  jovem  formoso,  vai  ficar  velho também".

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