Veja o que muda no Estado SP durante fase emergencial anunciada pelo governo
O governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 11, medidas mais duras para frear o avanço da covid-19 e tentar reduzir a lotação dos leitos de UTI no Estado. A expectativa é ampliar para 50% o índice de isolamento social com medidas voltadas para diminuir a circulação de cerca de 4 milhões de pessoas no interior e capital do Estado.
Entre as principais medidas da chamada fase emergencial, válida de segunda-feira, 15, até o dia 30 deste mês, está o toque de recolher entre as 20h e às 5h e a proibição completa de qualquer aglomeração independentemente do horário.
Celebrações religiosas coletivas – que haviam sido permitidas no último dia 1º – voltam a ser proibidas. O mesmo vale para partidas de futebol e eventos esportivos, suspensos a partir de segunda, 15. A próxima rodada do Campeonato Paulista de Futebol, neste fim de semana, entretanto, está mantida. Praias e parques serão interditados, bem como é obrigatório o uso de máscaras em todos os ambientes, internos e externos.
As recomendações se somam às diretrizes do Plano São Paulo, atualmente, em vigor.
Comércio, indústria e serviços
Passam a ter restrição completa os serviços de retirada no modelo “take away” em todos os setores. Lojas de materiais de construção, que até a fase vermelha estavam possibilitadas de funcionar, ficarão fechadas neste momento. Atividades administrativas não essenciais, como escritórios e órgãos públicos, deverão funcionar exclusivamente no modelo de teletrabalho.
Estão permitidos os serviços de drive-thru, entre 5h e 20h, e delivery, pelo período de 24h, tanto para restaurantes quanto outros estabelecimentos comerciais. Farmácias, super e minimercados também não sofreram alteração de funcionamento nesta nova fase.
Nos setores que não sofreram alterações, o governo sugere também a adoção de horários de entrada escalonados. A indicação é de que trabalhadores do setor da indústria entrem das 5h às 7h da manhã, em seguida o setor de serviços, das 7h às 9h, e, por último, os funcionários do setor do comércio, das 9h às 11h.
Segundo informou o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, as escolas estaduais ficarão abertas apenas para alimentação e distribuição de materiais. A recomendação é para que as atividades sejam reduzidas nas redes municipais e privada. Conforme anunciou, o recesso na rede estadual foi antecipado para os dias 15 a 28 de março.
De acordo com o governo estadual, serão atingidos pelas medidas os setores de: comércio, administração pública, alimentação, transporte, educação, supermercado e similares, hotelaria, esportes, telecomunicações, entre outros.
O governador do Estado, João Doria (PSDB), reforçou que as medidas não se tratam de um “lockdown”. “Esta é a última das medidas”, disse durante entrevista coletiva com o anúncio das medidas do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
As informações sobre as novas regras estão disponíveis no portal do governo paulista criado para o plano de combate à pandemia.
Situação da pandemia
O governo estadual justifica as medidas pelo crescimento recorde dos índices epidemiológicos do novo coronavírus. Segundo o secretário estadual de Saúde, Jean Carlo Gorinchteyn, o número de pacientes internados é 47% maior que o pico da primeira onda, registrado em julho do ano passado, após 20 dias consecutivos de recorde de novos pacientes internados em UTIs por covid-19.
De acordo com dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o Estado registra oscilação positiva na variação semanal – comparativo entre os sete últimos dias e os sete anteriores – de 22,7% em novos casos, de 18,1% em novos óbitos e de 19% em novas internações. Na Região Metropolitana de São Paulo, novos casos avançam 31,1%, novos óbitos, 16,8% e novas internações, 20,8%.