• Canto da Ema, um dos espaços nordestinos mais tradicionais de SP, pede socorro

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 03/06/2021 08:10
    Por Julio Maria / Estadão

    Um dos espaços nordestinos mais tradicionais de São Paulo, o Canto da Ema, em Pinheiros, iniciou uma vaquinha virtual para não fechar as portas para sempre. A partir desta quinta, 3, o proprietário Paulinho Rosa vai divulgar uma campanha para tentar arrecadar uma verba que possa saldar as despesas contraídas desde o dia 13 de março de 2020, quando o local decretou seu fechamento por causa da covid-19. Foram feitas duas tentativas de reabertura com mesas espaçadas e sem dança, mas não deram certo. A impossibilidade de praticar a dança causou estranhamento. “As pessoas vão à casa para dançar. Não podemos fazer como outros lugares, que podem colocar seu público na mesa para assistir a um show.”

    Somando contas como aluguel, IPTU e parcelas de um empréstimo adquirido no banco para pagar os direitos de funcionários demitidos no início da pandemia, uma forma para terem recursos provenientes de verbas rescisórias que permitissem viver nos dias de pandemia, Paulinho calcula que necessite de algo em torno de R$ 500 mil. “Isso para tentar entrar com pouca dívida em 2022.” O endereço para quem quiser colaborar é https://abacashi.com/p/salveocantodaema.

    O Canto era um fenômeno de fidelidade de público antes da covid-19. Em 21 anos, chegou a receber quase 8 mil pessoas por mês e realizar 5,6 mil forrós, cinco dias por semana. Zeca Baleiro, Lenine, Chico César, Elba Ramalho, Falamansa, Dominguinhos e Mestrinho foram alguns dos nomes que pisaram no palco. Dentre as incontáveis mensagens de apoio, Paulinho guarda a de Fernanda Nunciato, uma cliente que decidiu viver depois de ir à casa: “… Só queria dividir contigo que o canto já salvou minha vida. Eu tive uma época de depressão muito difícil, estava enfrentando muita coisa ao mesmo tempo… Sei que saí uma noite e não tinha nenhuma vontade de voltar… Pensei em mil maneiras de acabar com minha vida, mas acabei indo para o Canto. Pensei em escutar forró, me despedir… Eu acabei me sentindo tão feliz lá, fui uma das últimas a ir embora e só pensava em continuar dançando. E é para lá que eu vou e me sinto viva, protegida, feliz… Dói meu coração de ver essa época passando e eu não podendo ajudar. Não podendo fazer muito além de acompanhar e contribuir… Então eu espero que como eu achei que era o fim e tive um começo, que seja assim para o Canto também”.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

    Últimas