• Varejo em junho indica estabilidade, mas são 3 meses no campo negativo, avalia IBGE

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  • 13/ago 16:11
    Por Daniela Amorim / Estadão

    A queda de 0,1% no comércio varejista brasileiro em junho ante maio foi o terceiro mês seguido de resultados negativos. Em maio ante abril, as vendas já tinham cedido 0,4%, após uma redução de 0,3% em abril ante março. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada nesta quarta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Esse resultado de junho é de uma estabilidade, mas já são três meses no campo negativo. Essa combinação de três meses já dá uma diferença de patamar de -0,8% ante março”, lembrou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

    Em março, o varejo tinha avançado 0,8% em relação ao mês anterior, alcançando um pico de vendas da série histórica da pesquisa. Ou seja, a queda nos meses seguintes teve alguma contribuição de uma base de comparação elevada, disse Santos.

    “Aquela leitura que a gente tinha de o varejo andando de lado com relação a março era justamente por causa dos fatores do efeito base (de comparação) ainda alta, mas que vem cedendo aos poucos”, acrescentou o pesquisador do IBGE.

    Santos afirma que a redução de ritmo no varejo nos últimos três meses é gradual, mas teve contribuição também dos juros elevados, de restrições nas concessões de crédito e da inflação resiliente.

    “A política monetária (restritiva) sempre vai ter influência (no varejo). Se você mantém as taxas de juros altas, a tendência é o crédito diminuir, isso acontece. Então isso reflete no comércio, mas reflete também em toda a economia”, acrescentou.

    Ele pondera que o cenário macroeconômico mantém componentes que sustentam um certo crescimento em determinadas atividades, especialmente naquelas focadas em produtos de primeira necessidade.

    “A massa de rendimentos continua crescendo, o número de pessoas ocupadas continua crescendo”, citou.

    Segundo o gerente do IBGE, o varejo apresenta uma mudança de trajetória, mas apenas de ausência de crescimento, e não por uma tendência majoritariamente declinante.

    “É mudança de trajetória no sentido de que não continua crescendo. Com três meses consecutivos andando de lado já não é crescimento, mas também não é trajetória de queda forte”, disse ele.

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