Vamos discernir
Irmãos, como entender a nossa vida? Como buscar as razões que se repercutem em nosso viver, que nos tumultuam, nos direcionam a outros caminhos, por vezes, e nos fazem executar atos nunca pensados? Por que razão a vida nos coloca em encruzilhadas tão difíceis? Por que os nossos sentimentos se chocam com os sentimentos das almas que mais amamos, com os das consanguíneas ou mesmo daquelas que estão entrelaçadas de alguma maneira em nossas vidas? Por que os nossos sentimentos não são observados e entendidos e as emoções se distendem de nós transformando todo um contexto vivencial?
Quais as razões que nos levam a modificar toda a estrutura do nosso prosseguir de vida? Quais as razões que atuam transformando, maculando o nosso físico ou mesmo nos estimulando a atitudes discordantes, muitas vezes, daquelas que tínhamos como regradas?
Todas essas arguições são válidas e podem ser respondidas apenas com uma frase: observemos a nós mesmos, as nossas atitudes e o que distendemos aos que nos rodeiam.
Não digo para observar as almas ao nosso redor, digo para observarmos a nós mesmos; as nossas dificuldades não estão nos outros, mas, sim, em nós. As simpatias ou antipatias partem de nós e as modificações dos sentimentos e emoções, consequentemente, são trabalhadas em nosso íntimo!
Os arbitramentos da vida cabem a nós executar e, realmente, estão dentro do nosso livre arbítrio. As construções familiares, consanguíneas ou não, apenas, algumas de laços mais próximos, acontecem por necessidade de refazimento, de restauração, de expiação, de ajuda ou num propósito firme de alicerçar valores. Tudo isto estará dentro dos aspectos buscados por nós em cada vida.
Mas o que acontece com o ser encarnado? Acontece que ele vai buscar as respostas nos que estão ao seu lado. E não são esses que estão ao nosso lado que nos darão as respostas, mas, sim, o que somos, o que fomos, o que fazemos, o que fizemos, o que viemos editar, o que viemos movimentar, o que viemos expurgar e aparar em nós, nós, nós e nós… Sempre nós.
Diante disso, irmãos, o trabalho é íntimo a cada vida. Todos que nos envolvem poderão contribuir para o nosso crescimento, para o nosso enriquecimento espiritual ou para as nossas indiferenças, mas seremos responsáveis por tudo que nos acontece.
Muitas vezes ouvimos: – aquele ou aquela é o responsável por eu enfrentar tantas dificuldades, mas nunca dizemos: – Eu sou responsável pelas minhas dificuldades, pelo meu desequilíbrio, por tudo que passo. Ouvimos as referenciais do outro, a culpa do outro, a ignorância do outro, a incompreensão do outro, o mau trato do outro.
Vamos discernir, amigos, sobre isso e se viemos a esta encarnação para buscar conhecer a nós mesmos num exercício já prolongado de anos. Temos obrigação em olhar, verdadeiramente, o nosso íntimo: o que somos, o que fazemos, qual a nossa responsabilidade diante da vida, o que respeitamos e o que não respeitamos, quais os pontos fracos do nosso caráter e por que oscilamos em certos pontos.
Serão esses pontos a serem vistos, perseguidos e consertados. Ponderemos, amigos, por que esse aprofundamento em nossa alma, buscando verdades e tentando modificar aquilo que sabemos que nos poderá trazer sob grandes torturas e dificuldades, irá nos ajudar quando nos afastarmos da vida física.
Não podemos viver por viver. Viemos à vida, renascemos em oportunidades de estabelecer um ritmo de mais equilíbrio e paz, tentando alcançar valores e virtudes antes negligenciadas, estabelecendo mais moralidade e vinculando-nos em corpo e Espírito Àquele que nos criou e a Jesus Que nos orienta e coordena os mundos e esferas. Cabe a cada um de nós discernir sobre o que viemos fazer e para que estamos em lares e comunidades específicas, lembrando sempre que, se aqui nos articulamos em corpo físico denso, ainda muito devemos às leis que regem o Universo e que estabelecem o ritmo de equilíbrio e harmonia em todas as naturezas.