• Vacinação contra a covid dentro da GE Celma vira denúncia no Ministério Público

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 24/08/2021 13:58
    Por Janaina do Carmo

    A vacinação contra a covid-19 em funcionários da GE Celma virou uma denúncia no Ministério Público (MP). A imunização aconteceu no início de agosto dentro da enfermaria da empresa. De acordo com a denúncia, os trabalhadores não precisaram fazer o cadastro no site da prefeitura para tomar as doses.

    A denúncia no Ministério Público foi feita no dia 18 de agosto, dias depois que as doses foram aplicadas nos funcionários. Segundo o denunciante, após levar o caso ao MP, a vacinação nos trabalhadores foi suspensa. “O meu questionamento é por que dentre centenas de empresas da cidade a GE Celma foi a escolhida para a Prefeitura repassar as doses?”, questionou.

    A Tribuna questionou a GE Celma sobre a vacinação dos funcionários dentro da empresa. A assessoria de imprensa informou que a iniciativa partiu da Secretaria Municipal de Saúde e “que os questionamentos deveriam ser feitos a secretaria”.

    A Prefeitura de Petrópolis alegou que iniciativas como esta são realizadas para evitar as perdas das doses das vacinas. “Para evitar a perda, o município vem fazendo contato com empresas e instituições que funcionam entre o fim da tarde e o período noturno – e não apenas a GE Celma – que é quando estas “sobras” retornam dos postos. O município ressalta que toda a operação vem sendo feita de maneira responsável, utilizando sempre apenas as doses restantes nos frascos já abertos (muitos vêm com 5 ou 10 doses), exclusivamente de vacinas que venceriam naquele mesmo dia, após a abertura do vidro. A medida tem como objetivo única e exclusivamente evitar que as doses sejam perdidas, o que geraria prejuízos a todo o processo de vacinação do município”, disse o governo municipal em nota.

    A prefeitura disse ainda que “no início da campanha de vacinação, estas sobras eram levadas para as unidades de saúde, para vacinação de profissionais da área. Posteriormente, foram utilizadas em forças de segurança, profissionais da Educação e também rodoviários. Neste momento de avanço da vacinação, com ampliação da faixa etária, o município tentou acionar, por telefone, pessoas cadastradas para que antecipassem a vacinação, mas não obteve sucesso – poucas pessoas contactadas efetivamente compareceram à Vigilância em Saúde para a vacinação”.

    Em resposta à Tribuna, o Ministério Público disse que em análise preliminar, a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis não identificou quaisquer elementos concretos que apontem a necessidade de instauração de investigação quanto a uma possível venda de doses.

    “Quanto à destinação de sobras de doses aos funcionários da CELMA, observando o critério etário, em princípio não foi identificada ilegalidade, tratando-se de medida para evitar o desperdício. A promotoria ressalta ainda que trata-se de indústria onde há grande circulação de pessoas. De qualquer forma, foi determinada a juntada da Notícia de Fato no procedimento referente ao acompanhamento das medidas de enfrentamento à pandemia, incluindo o tópico na pauta da reunião semanal”, informou.

    Últimas