• Vacina contra dengue chega em Petrópolis

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  • 07/08/2016 07:50

    A dengvaxia, a vacina contra a dengue criada em um laboratório francês e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em janeiro deste ano, tem previsão de chegar em Petrópolis esta semana. Por enquanto, a vacinação é feita pela rede privada. A vacina, que tem a eficácia relativamente baixa e o preço relativamente alto, causou polêmica esta semana depois que a Anvisa divulgou o preço passado pelo laboratório Sanofi Pasteur. O que ocorre é que uma série de impostos, preço de distribuidoras, de manutenção, entre outros, são acrescidos no preço final da dose ao consumidor. Os preços que serão cobrados pelas clínicas particulares de Petrópolis ainda não foram definidos.

    A maioria dos laboratórios ainda está em processo de aquisição do imunizante e não divulga o preço que cobrará. Em Brasília e no Rio de Janeiro, dos poucos laboratórios que divulgam, a dose sai por R$ 300. Em Petrópolis, algumas clínicas pretendem vender com preço semelhante ao da capital, outras com preço um pouco inferior, mas nada é certo, pois tudo vai depender dos impostos. São necessárias três doses para que o imunizante produza a proteção prometida pelo laboratório. 

    O dr. André Emmanuel, da Clínica de Vacinas Dr. André, conselheiro fiscal da ABC VAC (Associação Brasileira de Clínicas de Vacina), informou em primeira mão à Tribuna de Petrópolis que a associação esteve em reunião na quinta-feira (4) com o diretor da Anvisa, em Brasília, para conversar sobre o preço que será cobrado das doses. Segundo ele, a Anvisa teria entendido que realmente o valor de R$138,53, divulgado como base no site da instituição, é impraticável e teria liberado às clínicas de vacinação para cobrar os valores necessários. “Àquele valor soma-se o valor dos impostos, da distribuidora, custo de manutenção, etc. Não tem como. Por isso, nos liberaram para cobrar o valor necessário, sem abusos, é claro”, disse o médico.

    De acordo com a dra. Priscilla Feleppa Valente, responsável técnica da Imune Itaipava Clínica de Vacinação, a vacina tem eficácia comprovada contra os quatro sorotipos de dengue, tem 93% de redução de casos graves da doença, 81% de redução de hospitalizações e 66% de redução dos casos de dengue. As três doses da vacina devem ser tomadas com intervalos de seis meses e poderão ser aplicadas em pessoas de 9 a 45 anos. É importante destacar que a vacina é específica para casos de dengue, não interferindo nos casos de zika e chinkungunya. A Imune Itaipava receberá um lote com 200 doses e estará com a vacina disponível a partir de segunda-feira, mas o valor ainda não foi definido. 

    Para o dr. Paulo César Guimarães, pediatra e infectologista, membro do comitê de infectologia da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, apesar dos cerca de 65% de eficácia do medicamento, os ganhos com a vacina são significativos. “Não é um percentual como o de outras vacinas, como o sarampo, por exemplo, que tem eficácia de quase 100%, mas uma vez imunizada, a pessoa fica com a possibilidade de contrair dengue entre 30% e 40% apenas. E o laboratório que criou é muito conceituado, a Anvisa aprovou, todos os testes necessários foram feitos. É inegavelmente válido”, disse.

    A Tribuna de Petrópolis entrou em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas até a publicação da matéria não obteve resposta.



    A dengue em números

    Em 2015, a dengue bateu recorde em número de casos no Brasil. O Ministério da Saúde registrou mais de um milhão e seiscentas mil pessoas com infecção pelo vírus, quase o triplo do total registrado em 2014. A maior incidência de casos de dengue ocorreu no mês de abril, com 229,7 casos para cada 100 mil habitantes.

    De acordo com o Boletim Epidemiológico da Dengue do Ministério da Saúde, a Região Sudeste apresentou o maior número de casos em relação às outras regiões do país. Foram 1.026.226, o equivalente à 62,2% do total.

    As regiões do país com maior incidência de casos de dengue são: Centro-Oeste, com 1.451,9 casos para cada 100 mil habitantes, e Sudeste, com 1.205,7 casos por 100 mil habitantes. Dentre essas regiões, os estados mais afetados são Goiás e São Paulo, com 2.500,6/100 mil habitantes e 1.665,7/100 mil habitantes, respectivamente.

    FALTA RESPOSTA PREFEITURA SOBRE NÚMERO DE CASOS DE DENGUE EM PETRÓPOLIS

    Em Petrópolis, mais de 85 mil casas foram visitadas na cidade por agentes de combate a endemias, contra pouco mais de 40 mil visitas em 2014. O último LiraA, de 2015, levantamento que avalia a presença do Aedes Aegypti nas cidades, apontou que o índice de infestação do mosquito foi considerado baixo em Petrópolis.


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