• Usuários de ônibus denunciam coletivos cheios e pouca fiscalização

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  • 06/07/2020 08:05

    Embora as empresas de ônibus e a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) não reconheçam, os usuários do transporte público que precisam sair em horários de pico para trabalhar têm encontrado coletivos cheios. Com uma oferta menor de linhas e horários diferenciados, os usuários vêm denunciando os riscos de contaminação que enfrentam nos coletivos.

    Nas primeiras semanas de vigência dos decretos de prevenção da contaminação da Covid-19, eram feitas ações para  higienização diária nos coletivos entre as viagens, medida que não tem ocorrido mais. Além disso, com a flexibilização, o número de usuários que precisam sair para trabalhar aumentou. E nos horários de pico, muitas vezes, os ônibus circulam com passageiros além do recomendado.

    “Nunca tem fiscalização no terminal. Já mandei a reclamação várias vezes para a empresa e para a CPTrans, mas não adianta. O 300 só anda cheio nos horários perto de 9h. É o horário que todo mundo vai trabalhar. Parece que estão funcionando com horário de sábado”, relatou o bancário Eduardo Rodrigues. Na linha 300 da empresa Cidade das Hortênsias, o maior problema tem sido a falta de cuidado dos próprios usuários. Eduardo relata que presenciou diversas vezes os funcionários da empresa pedindo aos passageiros para que usem máscara, porque muitos ignoram a medida. “Os idosos andam com a máscara no queixo. O cobrador tem que pedir uma coisa que já era para pessoa estar usando”, relatou.

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    Da empresa Cascatinha, usuários das linhas que fazem o itinerário até o Vale do Carangola também relatam a preocupação com as lotações. “Há ônibus fazendo horário de domingo. Eles demoram muito para passar e, quando passa, é um só e anda cheio. O que chega no Centro no horário de 13h é insuportável. A gente fica muito tempo esperando dentro do ônibus, para a partida, ou esperando na fila. É um absurdo”, relatou a passageira Elma Siqueira.

    No início das medidas de flexibilização, a CPTrans elaborou uma nota técnica que delibera sobre as normas de segurança para os usuários dos coletivos e os profissionais que trabalham nos ônibus. Entre os principais pontos, segundo a CPTrans, estão as normas de higienização, o uso obrigatório de máscaras e a delimitação do número de passageiros que poderão transitar em pé dentro dos coletivos – duas pessoas por metro quadrado.

    Os usuários relataram que vêm fazendo as denúncias na CPTrans, mas a situação ainda não mudou. A CPTrans foi consultada sobre as denúncias e disse que atua apurando todas as reclamações recepcionadas por meio da pesquisa de ocupação dos veículos desenvolvida pela equipe de controladores de operação, que estão lotados nos terminais e em alguns pontos da cidade. Caso exista a necessidade, são feitas adequações pontuais.

    Embora as denúncias sejam de diversas linhas e horários, o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Petrópolis (Setranspetro) disse que para apurar denúncias sobre os ônibus e resolver os possíveis problemas apontados, são necessárias informações como dia, hora, linha e número de série do coletivo. A operação dos coletivos no município continua sendo realizada de forma dinâmica e adequada à demanda do momento, seguindo o plano de abertura gradual das atividades econômicas e sociais da cidade. Com oferta superior à demanda, as empresas estão atentas e preparadas para efetuar adaptações diárias e semanais, tendo como objetivo garantir a circulação dos ônibus.

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    Sobre as medidas de higienização, o Setranspetro não respondeu se a higienização que era feita nos coletivos entre as viagens continua sendo feita. Mas disse que as empresas intensificaram, através de suas equipes de limpeza, os trabalhos de higienização de toda a frota periodicamente. Entretanto, ressaltou que é necessário que cada cidadão seja responsável por manter seus cuidados pessoais de higiene e prevenção, evitando a contaminação do vírus.

    Disse também que segue a orientação do Ministério da Saúde e recomenda que os usuários utilizem o cartão Riocard Mais para o pagamento da passagem. E frisou que é obrigatório o uso de máscara de proteção respiratória nos ônibus, assim como em todo o município. Durante o deslocamento no transporte público, é recomendado que os passageiros mantenham abertas as janelas dos ônibus. Vale ressaltar que, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a renovação do ar no interior dos coletivos é 63% superior que a vazão exigida em ambientes fechados como supermercados e bancos.

    E ressaltou que de acordo com as recomendações sanitárias do Departamento de Vigilância em Saúde de Petrópolis, os ônibus no município podem ter 100% dos assentos ocupados, além de ser permitida a quantidade de dois passageiros em pé por cada metro quadrado, que é equivalente a 33% da capacidade de passageiros em pé no espaço sem assento.

     

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