• UPA: primeiro dia de consórcio tem atendimento só para casos mais graves

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  • 22/09/2017 09:10

    O primeiro dia de funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Centro e Cascatinha sob administração do Consórcio Saúde Legal, vencedor da licitação realizada pela Prefeitura, foi marcado por problemas. Na UPA de Cascatinha apenas os pacientes em estado mais grave eram atendidos. Isso porque, além de a equipe não estar completa, as incertezas em relação à contratação levaram muita gente a cruzar os braços.

    Durante a manhã, quem procurou a unidade com sintomas considerados ambulatoriais foi encaminhado para a UPA do Centro. Os problemas no atendimento começaram logo cedo, na troca de plantão. “O que nos foi dito é que as contratações serão feitas por meio de uma cooperativa e não mais por regime de CLT. Ou seja, a ideia é que sejamos associados a esse consórcio mas, com isso, perderemos todos os direitos trabalhistas que temos garantidos hoje, como carteira assinada, férias e décimo terceiro”, disse uma funcionária que preferiu não se identificar.

    A restrição no atendimento gerou protestos de quem procurou a unidade. “Minha filha está há dois dias passando mal. Agora, chego aqui e encontro a unidade fechada”, disse a mulher, que acompanhava a filha adolescente. Os problemas na UPA de Cascatinha foram confirmados pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde (Comsaúde), Rogério Tosta. Ele esteve na unidade pela manhã e disse, em entrevista, que os problemas nas UPAs serão discutidos na próxima reunião do conselho, na terça-feira, dia 26.

    “Estive nas duas unidades. No Centro, o funcionamento está normal, apesar de os profissionais também estarem aguardando um posicionamento do Consórcio Saúde Legal sobre as contratações. Aqui em Cascatinha constatei que há médicos que estão cuidando dos pacientes internados, mas o atendimento está restrito até que o consórcio entre em acordo com os funcionários”, explicou. Segundo Rogério, a principal reclamação é a falta de esclarecimentos. “Percebi que os funcionários estão perdidos, sem entender o que vai acontecer ou como será a contratação”, ressaltou.

    O Consórcio Saúde Legal assumiu as UPAs após o rompimento antecipado do contrato com a Cruz Vermelha. A previsão era que a mudança fosse feita apenas na próxima semana, mas no dia 19 a direção da Cruz Vermelha recebeu ofício enviado pelo secretário de Saúde, Silmar Fortes, informando sobre a rescisão e a entrada do consórcio já a partir do dia 21.

    O Consórcio Saúde Legal que é formado por quatro empresas – Renacoop, Lino Briote Produtos Farmacêuticos e Hospitalares, DPAD Serviços Diagnósticos e Rio de Janeiro Serviços e Comércio – e venceu a licitação oferecendo o melhor preço para gerir os serviços – R$ 26.155.00,00 anuais. Segundo a Prefeitura, a Rio de Janeiro Serviços e Comércios, cuidará, além dos recursos humanos, do fornecimento de alimentação, lavagem de roupas, reposição de enxoval, uniformes e ambulâncias, entre outras. Já a Renacoop terá a responsabilidade de fazer a manutenção de equipamentos hospitalares e predial. A Lino Briote Produtos Farmacêuticos e Hospitalares fornecerá os medicamentos e a DPAD Serviços Diagnósticos realizará os exames laboratoriais.


    Saúde Legal contrata mais 10 médicos 

    O Consórcio Saúde Legal anunciou no fim da tarde de ontem a contratação de mais 10 médicos para garantir o atendimento nas duas UPAs, Centro e Cascatinha. Eles atuam já a partir de hoje, segundo a Prefeitura. O efetivo – somado aos profissionais já atuando – “será maior do que a necessidade diária das unidades de pronto atendimento e é uma garantia de pleno funcionamento das UPAs”, garante o governo municipal. O consórcio deverá manter no quadro quatro clínicos, três pediatras, quatro enfermeiros, um farmacêutico e oito técnicos de enfermagem.

    O secretário de Administração, Marcus Von Seehausen, frisou que o consórcio Saúde Legal mantém aberta a oferta de admissão imediata dos ex-funcionários da Cruz Vermelha, sem, no entanto, esclarecer em que condições serão realizadas essas contratações. Os cargos vagos, segundo ele, serão ocupados por outros profissionais.



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