União garante verbas para operação do supercomputador instalado no LNCC

Após ter sido levantada a hipótese de paralisação das atividades do supercomputador instalado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) garantiu um reforço orçamentário para garantir a operação continuada da máquina. Adquirido no ano passado, ele se destaca pela maior capacidade de desempenho de processamento da América Latina e custou R$ 60 milhões ao Governo Federal. O atual diretor da instituição, Augusto Gadelha, afirmou que, com o reforço do Ministério, o risco de desligamento da máquina deixa de existir. Não foi divulgado o valor do repasse. 

A possibilidade de paralisar as atividades do supercomputador assim como a extinção do MCTIC, que deve ser incorporado ao Ministério das Comunicações, provocou na quarta-feira pela manhã uma manifestação que reuniu cerca de 80 pessoas, entre pesquisadores, alunos, bolsistas, professores e funcionários terceirizados no LNCC. Segundo o tecnologista Luiz Gonzaga, que trabalha em pesquisa de bioinformática e também é representante da Associação dos Servidores do CNPq em Petrópolis, a preocupação é que, com essa incorporação, os investimentos em pesquisa científica sejam ainda mais reduzidos. 

Para a Ascon-Rio, essas atitudes são prejudiciais ao funcionamento dos Institutos de Pesquisa e das atividades dos servidores que compõem sua base. A Associação considera ainda que instituições que atuam no desenvolvimento de ações estratégicas no campo da Ciência e Tecnologia, como o Inca e a Fundação Rui Barbosa, entre outras, saem prejudicadas por uma visão “restrita, economicista e subserviente aos interesses do grande capital internacional, na medida em que considera como despesas passíveis de corte o desenvolvimento de pesquisas e atividades que são, na verdade, essenciais à autonomia do país em setores estratégicos para seu futuro”. 

Luiz destacou que o desenvolvimento de qualquer país depende de recursos aplicados na área de Ciência e Tecnologia e, com a atitude do atual governo, haverá menos investimentos para a área. Hoje diversos grupos vão se reunir no centro do Rio de Janeiro em uma manifestação unitária que vai desde a Candelária até a Cinelândia, onde haverá um evento cultural. Uma das alas que vai marcar presença no movimento é a da Ciência e Tecnologia. 

Além do LNCC, também foram realizadas manifestações na porta do prédio principal do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), na Urca; no Observatório Nacional (ON), em São Cristóvão; e nas escadas do prédio da sede do Museu de Astronomia, também no Rio.