• Unctad: investimento estrangeiro direto (IED) global caiu 2%, a US$ 1,3 trilhão, em 2023

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  • 20/jun 07:18
    Por Laís Adriana / Estadão

    O investimento estrangeiro direto (IED) global teve queda de 2% em 2023, a US$ 1,3 trilhão, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira, 20, pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). A instituição aponta ainda que o cenário segue desafiador em 2024, mas observa que há espaço para crescimento dos investimentos internacionais.

    Em economias desenvolvidas, o fluxo de investimentos estrangeiros subiu 8,9% em 2023, a US$ 464 bilhões, na comparação anual. Contudo, a Unctad alerta que essa tendência foi afetada por transações de empresas multinacionais – graças a movimentos para impor taxa mínima global sobre seus rendimentos – e volatilidade de “economias de condução”.

    Esse cenário afetou particularmente a Europa, onde o fluxo de IED saltou do total negativo de US$ 106 bilhões em 2022 para saldo positivo de US$ 16 bilhões em 2023. Nos EUA, os investimentos estrangeiros caíram 6%, a US$ 311 bilhões no período.

    Países em desenvolvimento também tiveram queda nos fluxos de IED em 2023, a US$ 867 bilhões, uma redução de 7% em relação ao ano anterior. O resultado reflete perdas de 8% na Ásia, a US$ 621 bilhões, afetada por um “raro declínio” nos investimentos para a China – segundo maior receptor global de IED – e perdas consideráveis na Índia.

    Na América do Sul, os investimentos estrangeiros diretos caíram 2%, a US$ 143 bilhões, com aceleração nos fluxos para Argentina, Chile e Guiana, contrabalançados por valores mais baixos no Brasil e no Peru. O Brasil, contudo, continua o maior receptor de IED na região.

    Para a Unctad, o cenário desafiador permanece em 2024, frente as perspectivas de enfraquecimento da economia, tensões geopolíticas e fragmentação do comércio em nível global. Entretanto, o lucro elevado de multinacionais, flexibilização de condições financeiras e anúncio de projetos de transição verde devem aliviar a pressão sobre investimentos, permitindo crescimento modesto no ano completo.

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