• Uma estrela chamada Maria

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  • 23/02/2017 13:00

    A festa da carne passou e Maria embrulhou o estômago com cachaça e serpentina… Nos quatro dias cobriu-se de brilho e flutuou na Avenida onde é rainha e de porta-estandarte mostrou que a arte vem do coração. A bandeira lhe causou, nas mãos, feridas, marcava seu samba sozinha, esquecida, sofrida e sem amor. A escola era Maria, sem acompanhamentos, sem rima, sem tema. Ela transou na Avenida, acenou às arquibancadas, era a batucada que o palanque pedia.

     Na maquilagem escorrida, por entre o suor salgado e pés banhados de pó, foi o saldo que restou. Maria dos desenganos entoa o canto rouco, amarrota o celofane que embrulhou seu coração. Sentada ao meio-fio das ruelas dos desejos, ficou Maria sem beijos, pois, tudo deixou nas bocas famintas de tantos homens. Mal sabia aquela gente, ao ver Maria passar, que uma lágrima caía, em seu peito a dor ardia, na ânsia de tanto amar.

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