• Um simpósio pela real democracia

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 22/04/2023 08:00
    Por Gastão Reis

    A luta real pela democracia não é bem aquela que a grande mídia vem trombeteando a plenos pulmões. Sem entrar em maiores detalhes, o simples fato de o Brasil não dispor do voto distrital puro (ou equivalente) e do recall, possibilidade de revogação de mandatos de seus representantes pelos eleitores representados, entre as eleições, configura uma triste realidade. É como se democracia fosse simplesmente ter direito ao voto a cada dois anos. Entre as eleições, o eleitor tem seu poder de controle sobre seu parlamentar castrado por não dispor dos dois mecanismos mencionados no início deste parágrafo.

    Convidado, fui a São Paulo capital, no dia 15/04/2023, sábado, quando tive a grata surpresa de que existem forças democráticas se organizando na direção correta de termos uma democracia real em nosso País. O evento teve como título “Simpósio Direita Unida”, cuja proposta era unir forças para dar ao cidadão brasileiro uma perspectiva para o futuro em que ele (ou ela) tenha poder efetivo sobre os políticos e os partidos.

    A iniciativa do evento partiu do Deputado Federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança, já em segundo mandato. Seu mestrado em ciência política pela Universidade de Stanford e a experiência de quatro anos de mandato lhe deram pleno conhecimento das deficiências das práticas ditas democráticas arroladas na Carta de 1988. O Simpósio foi organizado de modo bem diferente do que estamos habituados a assistir. Ao invés do expressivo público presente ouvir doutas palestras, ele foi convidado a se expressar. Ou seja, os organizadores do evento estavam interessados em ouvir as pessoas que lá compareceram.

    Através de uma simples inscrição para falar, o participante teria dois minutos para fazer uso da palavra. Para direcionar os trabalhos, foram propostos dois blocos. O primeiro abria a possibilidade de cada um se manifestar sobre os fatores relevantes para nossa Causa sem constrangimentos. Ou seja, onde a Direita tinha errado em sua atuação recente bem como seus acertos. O segundo bloco tinha como motivo condutor contribuir para dar uma resposta à seguinte pergunta: “O que fazer?”.

    Em benefício da concisão e do espaço de duas laudas apenas, não farei menção nominal dos inscritos com uma ou outra exceção. A primeira, uma mulher, se manifestou contra a lavagem cerebral que a população vem sofrendo sem deixar de ser propositiva. Fez a defesa da família e de nossa prosperidade material e espiritual. E ainda de termos uma pauta unificada das propostas de atuação política.

    A segunda intervenção, também feminina, lembrou que erros iniciais são compreensíveis, mas que daqui para frente, cabe minimizá-los; evitá-los mesmo. Apontou no evento uma falha séria na quase ausência da juventude face à presença significativa de pessoas de meia idade ou idosas. Logo em seguida, foi mencionada a ocupação pela esquerda de escolas e ensino superior, bem como de grêmios escolares, em que ela impede posicionamentos políticos diferentes dos seus. Uma boa notícia é que o prefeito de Porto Alegre baixou um decreto que permite o direito de fala para quem quer que seja. Um exemplo a ser copiado por outras prefeituras e estados na mesma direção de mais democracia real.

    O deputado Guchi ressaltou a importância das redes sociais ao permitir a politização de mais de 60 milhões de brasileiros. Foi também observado as três rotas de participação ideológica: comunistas, globalistas (ou nova ordem internacional) e soberanistas. Estes estão mais associados à Direita. Um participante de Campos dos Goytacazes/RJ informou que mais de 50% da população da cidade tem perfil conservador, mas sem um único eleito que representasse esse grande contingente demográfico campista.

    Houve também um alerta contra a participação de agências estrangeiras na definição de nossa agenda política com o poder de fogo de fartos recursos financeiros. E ainda da crescente influência do narcotráfico no Estado do Rio.

    Em seguida, após ouvir um grande número de intervenções, o Dep. Luiz Philippe colocou em pauta para votação pelo público presente as seguintes  propostas, que foram aprovadas: pauta unificada; criação de um movimento nacional com a definição de um líder; incentivo à criação de novas lideranças estaduais e municipais; ações nas escolas, primordiais para abrir espaço para uma visão conservadora; focar nas eleições municipais; urnas auditáveis; combater falsos heróis e profetas; definição de uma pauta social da Direita; e cobrança regular dos atos no executivo e dos parlamentos de representantes eleitos com perfil conservador.

    A intervenção de Fernão Mesquita bateu na tecla da importância de reafirmar a democracia, a liberdade e o poder do povo. Caberia ainda, segundo ele, denunciar a falsidade e a falta de legitimidade do sistema político do Brasil.

    Pouco depois, foram aprovadas, adicionalmente, as seguintes propostas: voto distrital puro com recall, este incluído por mim; regulamentação da Lei de Iniciativa Popular, não-regulamentada até hoje; trancamento de pauta por iniciativa popular.  

    Ainda foram aventados outros tópicos a serem trabalhados como presença da Direita nos conselhos tutelares; inserção de valores de cunho conservador na vida cultural brasileira; estabelecimento de metas claras com data para acontecer; denunciar o Foro de São Paulo, cujas pautas já vêm prontas e são apenas ratificadas pelo público sem um debate democrático legítimo; apoio à escola sem partido; colocação de bandeiras do Brasil nas escolas e retomar a tradição de cantar o hino nacional; e ainda debater formas de estar presente nas favelas dominadas pela esquerda.

    Em suma, as proposições feitas no Simpósio Direita Unida não seriam apenas da Direita ou de cunho conservador, mas, sobretudo, de dotar o País de uma moldura político-institucional que permita ao Povo Brasileiro ter vez e voz na preservação do interesse público em busca do tão almejado Bem Comum. Exatamente o que a república não fez até hoje.

    Assista ao vídeo: “Dois Minutos com Gastão Reis: Quando o Brasil perdeu o rumo da História”, com mais de 22 mil visualizações.

    Últimas