• Um pouco de Bastos Tigre

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  • 26/06/2019 13:00

    Inspirado é certo por um poeta de muito menor cabedal, todavia profundo apreciador de Bastos Tigre, acabei por recorrer, mais uma vez, já que o fizera por diversas ocasiões, à obra do renomado poeta a fim de inteirar-me acerca de sua profunda produção literária.

    Manuel Bastos Tigre, nascido em Recife em 12 de março de 1882 e falecido na cidade do Rio de Janeiro em 1º de agosto de 1957.

    O grande literato não foi apenas poeta e trovador, mas jornalista, compositor, publicitário, teatrólogo, conferencista, humorista, além de bibliotecário.

    Realizou seus estudos em um seminário situado em Olinda e lá fez compor suas primeiras produções literárias, no caso, versos.

    Importante que seja frisado que no exercício da profissão de Bibliotecário, após concurso prestado para o Museu Nacional em 1915, mais tarde veio a se transferir para a Biblioteca Nacional Central da Universidade do Brasil, onde prestou serviços por mais de 20 anos.

    Das lições que pude colher, Bastos Tigre é considerado o primeiro Bibliotecário concursado no Brasil sendo que exerceu a profissão por 40 anos e em sua homenagem o dia 12 de março é comemorado o dia do Bibliotecário.

    Publicou muitos livros, destacando-se “Saguão da Posteridade”; “Versos Perversos”; “Moinhos de Vento”; “Bolhas de Sabão” e “Entardecer”.

    Por muitas ocasiões usou o pseudônimo de D. Xicote e em algum momento, assim se expressou, sabe-se lá porquê: “é certo que a República vai torta”.

    Todavia, o ilustre poeta nos cativa, sobremaneira, no que toca com relação a muitas quadras que fez escrever, como adiante se faz ressaltar com relação a algumas delas:

    “Nesse teu olhar sereno/ brilha a chama dos desejos:/ se teus lábios têm veneno, / quero morrer com teus beijos”.

    “Idéias tristes da vida/ eu as esqueço e abandono; / de dia, por muita lida, / de noite, por muito sono”

    “Saudade, palavra doce,/ que traduz tanto amargor! / Saudade é como se fosse / espinho cheirando a flor”.

    “Acertaste. Parabéns! / Tens razão, toda razão; / por outras palavras – tens a minha exata opinião”.

    “Peço que deem cumprimento/ ao maior dos meus desejos: / quero no extremo momento, / a extrema-unção dos teus beijos”.

    “Dinheiro não há que abrande / a dor que um jeito magoa: / Uma coisa é “sorte grande”, / outra coisa é “sorte boa”.

    Encerro estas linhas em homenagem ao grande recifense, que só fez por enaltecer a literatura em nosso país, aliado a tantas outras atividades que desempenhou sempre com extremo brilho e excelência, com a trova que, na verdade, fez-me tocar o coração, em razão da profunda mensagem que encerra:

    “Aliança! Algema divina, / a mais doce das prisões: / uma prisão pequenina / que encerra dois corações”.

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