• Um marco em minha vida

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  • 22/07/2017 13:20

    Peço permissão aos meus eventuais leitores para aqui comemorar, mentalmente, com amigos – presentes e ausentes – o dia 19 de julho que se apresentou como um marco em minha vida. Há vinte anos, participava eu de uma cerimônia na querida “Casa de Raul de Leoni” na qual muito representou em minha modesta trajetória. Naquele dia, pelas mãos de minha madrinha Glorinha Rattes, galgava eu os primeiros degraus da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni, hoje “Academia Brasileira de Poesia”, pois vinha procedente do inesquecível Clube de Poesia do Petropolitano F. C., coordenado por Analdo Rippel e comandado por Daura Rocha.

    É o passado de saudosa memória. Lá estavam parentes e muitos amigos, uns que ainda aqui se encontram, outros já habitando o plano superior mas sempre lembrados com carinho – Aládia, Roger, Ivan Herzog e agora o trovador Roberto Francisco. Foi uma cerimônia bonita, simples mas emotiva com a então presidente Edith Marlene convidando minha pequenina neta Luiza, então com sete anos, para participar do ritual de colocação do colar acadêmico. E já naquele primeiro dia, meu filho confeccionou e eu distribui, como lembrança, os primeiros marcadores com um soneto:

    “Quando o outono da vida se despede,/ dando lugar ao frio da invernada,/ conforta ver a réstia ensolarada/ aclarar qual caminho se enverede.

    Como estrela luzente nos concede/ que, ante forte neblina dissipada,/ descubra a rota sempre desviada/ para encontrar a paz e ali se hospede. 

    Desprezando qualquer mera vaidade,/ quando íntima mudança nos fustiga,/ transformando alegria em humildade, / pelas portas que a flama surge amiga,/ galgam-se os degraus da emotividade,/ onde Raul de Leoni nos abriga”.

    Naquele dia, finquei minhas raízes na “argila” da Casa, devotando-lhe todo meu carinho e iniciando uma nova jornada na vida, entregando-me com todo ânimo, paulatinamente, à sua causa que mantenho até hoje e por todo o sempre, apesar de um interregno de afastamento físico de quatro anos mas sempre de armas em punho para defendê-la, mesmo à distância.

    Agora, uma nova alegria desponta – o convite e conseqüente aprovação em Assembleia para integrar o quadro de titulares da coirmã Academia Petropolitana de Letras cuja posse talvez ocorra no mês de agosto após poder cumprir mais uma etapa da minha dedicação na Casa de Raul de Leoni. Com a disposição que me é peculiar, entrego-me, de coração, às causas empenhadas (dentro de minha capacidade) pois, como digo (e cumpro) em uma de minhas trovas: “O que se faz com carinho/ é aroma que se espalha/ perfuma qualquer caminho/ e vence qualquer batalha”. 

    Isto é memória e respeito ao passado, que todos deveriam preservar.

    jrobertogullino@gmail.com


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