Um exército de qualificados ao abandono
Durante os poucos anos de governo populista, o governo municipal investiu na formação de um contingente altamente qualificado, processo que se realizou com elevado custo, objetivava a valorização de políticas públicas na área de educação, aperfeiçoando professores da rede municipal com mestrado em educação.
A rede já comportava um número apreciável de especialistas e alguns poucos mestres, qualificação mais que bem-vinda para disciplinas que necessitavam de um novo olhar pedagógico e de uma atenção de excelência que visassem o desenvolvimento. Um investimento em bolsas de estudo, uma reserva de qualificados para Secretaria de Educação que auferiu proporcionalmente uma média de especialistas superior à da maioria dos municípios fluminenses.
Esta formação não visava somente melhor qualificação destinada ao ensino municipal, porém uma ótima remuneração a partir do reconhecimento por meio da política pública do Plano de Cargos e Salários e valorização que se encontrava em organização atendendo às exigências do Plano Nacional.
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que realizara um amplo estudo no país, acusava que um brasileiro possuidor do título de mestrado receberia percentualmente quatro vezes mais que a média dos trabalhadores brasileiros, mas esta conclusão se processou em realidade, somente na rede federal. Quanto a rede municipal e estadual, processo diferente, haja vista nosso caso local, onde o Plano de Cargos foi congelado pelo governo anterior e está estacionado desde 2013.
Problema maior, presencial, está na estagnação, envelhecimento deste quadro extremamente qualificado com custo alto de investimento público. Fato que se processa desde o governo anterior que abandonou políticas públicas para o setor.
Esta mão de obra extremamente qualificada poderia, como outrora traçado, transformar a educação municipal, reunidos em laboratórios de avaliação, grupos para estudos e projetos visando o desenvolvimento do ensino local, do ensino periférico, assim como valorização de centros de formação que se planejavam a criação para auxiliar os demais professores da rede quanto aos problemas diversos encontrados nas comunidades petropolitanas.
Um triste apagão de mão de obra qualificada, processo comum ao que ocorre por nosso imenso país, onde não há continuidade de programas e respeito aos investimentos que “escorrem para o ralo”.