Um diamante e três pérolas
É difícil externar, principalmente através de toscas palavras sujeitas até a omissões imperdoáveis, com relação a três joias, verdadeiras pérolas que Deus, na Sua sublime bondade, me fez presentear e que marcaram nossas vidas de modo especial.
Um diamante e três pérolas, todos de valores inestimáveis.
O diamante, pedra preciosa de grande estimação, todavia com brilho diverso das pérolas, uma vez que a natureza destas últimas fez-lhe dar, apenas, coloração diferente porém, de real valor.
Assim é que, diamante e pérolas que me acompanham são joias por mim guardadas e tratadas com muito carinho, apreço e redobrados cuidados.
O diamante, a joia principal, sempre com brilho reluzente e ainda que o tempo haja transcorrido de forma muito rápida, a verdade é que nos deparamos com alguns tropeços durante a caminhada, entretanto, o trajeto sempre seguro e firme, não permitindo que a preciosa joia se partisse ou sequer fosse arranhada, juntamente às pérolas.
O diamante em causa, em face do valor inestimável que encerra, por incrível que pareça, já me faz companhia há mais de cinquenta anos e seu brilho continua intacto, incólume, alegrando a minha visão, nesta altura, já não tão perfeita.
As pérolas que nos chegaram às mãos, logo após, todavia não antigas como o precioso diamante, continuam também a resplandecer, com seu brilho próprio e a nos proporcionar alegrias e momentos inesquecíveis de amor e ternura.
Por isso mesmo, iluminado pela luz do Altíssimo posso me considerar uma pessoa feliz por ter conseguido aquinhoar tão belas dádivas e a cada dia que passa – e têm passado às carreiras – ainda mais me apego a tais joias as quais, tenho certeza, já que muito as admiro, vez que jamais perdem a beleza e mais, sempre apreciadas por amigos, amigas e familiares.
Orgulho-me e agradeço a Deus por tão valiosos relicários que a mim foram concedidos e por isso mesmo cuido deles com muita afeição.
Mas hão de pensar os caros leitores como uma pessoa pode se fixar em “bens materiais”, concedendo-lhes, de forma exagerada, aquilo que não estão sujeitos a merecer.
Tudo, certamente, obra Suprema que veio me agraciar com verdadeiras preciosidades, ou sejam, um diamante, minha mulher, e três pérolas, os filhos.
A maior riqueza que se pode almejar!
Assim é que, se fosse poeta faria escrever um soneto para cada uma dessas joias, aliás como fez meu pai para com seus netos; mas, sob este aspecto, o Pai “esqueceu-se” de mim – sem dúvida por falta de merecimento – contudo, me contento em poder redigir este texto como a maior prova de amor e carinho que dedico a tais relíquias, as quatro criaturas que vieram ao mundo para nos proporcionar os mais fortes e indissolúveis laços familiares.