• Um cadáver chamado mignon

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  • 20/01/2020 11:51

    Antes de começar o artigo quero fazer uma ressalva. Dados os percentuais de carnívoros e vegetarianos no mundo e especificamente no Brasil, o artigo se transforma numa oportunidade de mudança de pensamento. Como diz o taoísmo, tudo está em constante mutação. O que é verdade hoje pode ser mentira amanhã e vice-versa. Quem sabe…

    Historicamente, sob a impulsão de Henrique II e, sobretudo, de Henrique III, os costumes da Corte de França evoluíram. Já não se entrava no quarto real como se entrava antes. O quarto real tornava-se ainda mais sagrado e as pessoas a quem era permitido tal privilégio eram objeto dos maiores ciúmes, o que encrudecia a zombaria contra aqueles a quem se chamava vulgarmente de “mignons de couchette” (Os “Fofinhos de Leito”) ao final do século XVI.

    No reinado de Henrique III, os cavalheiros que freqüentavam a Corte “de França vestiam-se com um refinamento desmesurado que chocava os honestos burgueses. Tendo por modelo o próprio rei, os cortesãos fardavam-se, empoavam-se e frisavam seus cabelos. Usavam brincos, rendas e colarinhos pliçados. Estes cortesãos tornam-se objeto de zombaria por parte do povo. O motivo é que tolera-se mal, numa corte que sempre promoveu a virilidade bruta e considerava o refinamento como fraqueza, a tendência de Henrique III e seu séquito para a cultura das festas e o gosto pelas aparências.

    Como alimento, o filé-mignon é um tipo de corte de carne bovina. É a parte mais tenra da ponta do filé. É localizada na parte traseira do animal e representa, aproximadamente, 2,95% da carcaça. É o corte mais macio da carne bovina e quase não contém gordura. Etimologicamente, “Filé” é oriundo do termo francês filet, que significa “rede” (uma provável alusão ao formato achatado da carne). “Mignon” é oriundo do termo francês mignon, que significa “bonito” ou “adorável” (evolução histórica).

    Biblicamente, podemos citar: “Eis que vos dei todas as ervas que dão sementes sobre a Terra, e todas as árvores que encerram em si mesmas as sementes do seu gênero; para que vos sirvam de comida” (Gênesis 1:29). Na entrega dos Dez Mandamentos,“Não matarás”pode ser interpretado como significando que não se deveria matar animais para comer, já que são criações de Deus. “Os animais foram criados pela mesma mão caridosa de Deus que nos criou. É nosso dever protegê-los e promover o seu bem-estar.” —  Madre Teresa de Calcutá.

    Todo ser vivo quando nasce espera viver. Eles enxergam os humanos como seus protetores e amigos. Sob o ponto de vista científico e de acordo com o julgamento das maiores autoridades do planeta no combate ao câncer, só o cigarro pode ser mais perigoso do que uma picanha na brasa. Daqui para a frente, o rodízio e outros cultos da carne passam a ser o inimigo público número 2 segundo a bancada de juízes reunida no 17º Congresso Mundial do Câncer.

    O consumo de carnes processadas, como salsicha, linguiça, bacon e presunto, aumenta o risco de câncer do intestino em humanos, afirma relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o documento, a carne processada é um fator de risco certo para a doença, e carnes vermelhas, de um modo geral, são fatores de risco “provável”. As carnes processadas agora  estão classificadas no grupo 1 de carcinogênicos para os quais já há evidência suficiente de ligação com o câncer.

    Na mesma classificação estão tabaco, amianto e fumaça de óleo diesel. O relatório foi feito pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), da OMS. Amigos, vamos pelo menos considerar o texto e a ideologia contida no artigo. Reflita e se pergunte: será que a minha consciência está de acordo com a alavancagem da matança animal?

    achugueney@gmail.com

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