Um bom começo – um triste fim
Gideão pergunta a Deus: “Se o Senhor é conosco, porque nos sobreveio tudo isto?” (Juízes 6.13)
Esta pergunta foi feita por Gideão a Deus quando Deus o procurou. Gideão estava tentando colher e esconder a colheita de trigo dos Midianitas, seus inimigos. Deus chega a Gideão e diz: “O Senhor é contigo.” A resposta de Gideão foi através de uma pergunta. Uma pergunta que a humanidade faz a Deus até hoje: Se o Senhor é conosco, porque nos acontecem tantas coisas ruins? Parece que Deus nos desamparou. Onde está Deus?
Observemos que Deus nem responde a Gideão. Gideão e nós sabemos que muitas coisas ruins acontecem conosco são resultado de escolhas erradas, do nosso mau comportamento, de não ouvir nem obedecer a Deus. Gideão não tinha como culpar Deus. O povo de Israel havia se esquecido e se afastado de Deus.
Há ainda que se considerar que somos seres humanos imperfeitos num mundo imperfeito, onde também pessoas inocentes e boas sofrem. E todo “porquê” e “para quê” fica sem resposta. Lembro de Rubem Alves, que escreveu: “Não quero um Deus que compreenda, que seja do tamanho do meu pensamento. Quero um Deus maior. Um Deus em que possa acreditar mesmo sem entender.”
Deus ouve as perguntas de Gideão e depois o envia para libertar Israel do Midianitas. Gideão fica assustado e inseguro. A missão é muito difícil. Gideão não compreendeu que ser o mais pobre, o mais jovem, o mais fraco, o menos capacitado não importa para Deus. O que importa é a afirmação de Deus: “Eu estou contigo.”
Gideão aceitou a ordem dada por Deus. Começou bem o ministério como juiz e líder militar. Em obediência a Deus, derrubou os altares de Baal. (Juízes 2.2; 6.25). Libertou o povo. Promoveu a paz e o bem. Melhorou a vida de todos. (Juízes 5.28,35).
Mas o sucesso resultou em soberba. Agora a sua confiança estava mais em Deus ou em si mesmo, na sua força? É assim que começa a queda. Gideão ficou viciado pelo súbito poder e fama. Colocou sua própria vontade e devoção acima da vontade e adoração a Deus.
Fez uma campanha contra a idolatria e, no fim da vida, caiu na tentação da idolatria, da vaidade e da soberba, pedindo e recebendo do povo uma luxuosa estola sacerdotal de ouro para sua cidade (Juízes 8.24-27; 7.18,20). Terminou mal. Seus filhos não seguiram a Deus. O caos tomou conta de Israel depois de sua morte.
Hoje, há muitas pessoas que se tornam líderes na Igreja e na política. Começam com as melhores intenções e até bons resultados. Depois, ao invés de continuarem a promover o interesse público, o bem comum, os valores do Reino de Deus, sua liderança fica refém de seus interesses privados – querem enriquecer, ter poder – e se desviam de Deus – e a desgraça cai sobre a nação. E nos perguntamos: “Se o Senhor é conosco, porque nos sobreveio tudo isto?”
Sabemos a resposta, mas não queremos ouvir. Se errar é humano, colocar a culpa em outros é mais humano ainda. No dia em que assumirmos nossa responsabilidade de fato e nos dispormos a mudar, tudo ficará melhor. Deus sempre nos diz: “Eu estou contigo.” Seguindo o caminho proposto por Deus, é possível mudar, é possível uma vida melhor.
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Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703