• Um ano e sete meses após a maior tragédia climática de Petrópolis, família de Gabriel Vila Real busca ações de prevenção para evitar novos desastres

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  • 15/09/2023 13:19
    Por Maria Julia Souza

    O jovem Gabriel Vila Real da Rocha foi uma das vítimas da tragédia do dia 15 de fevereiro e, após sete dias de buscas, foi encontrado na Rua Washington Luiz, onde os ônibus da empresa Petro Ita afundaram no rio. O pai, Leandro da Rocha, percorreu mais de 60 km em busca de informações sobre o filho. Hoje, um ano e sete meses depois, ele conta como é a rotina da família. 

    “A nossa rotina tem sido muito difícil, o Gabriel faz muita falta. Desde o ocorrido, nós não tivemos uma vida normal, porque sem ele é bem complicado. Ele era um menino muito especial. Mas nós seguimos de acordo com o que podemos, buscando respostas e responsabilidades. Eu tenho feito alguns trabalhos sociais, buscando melhorias, anotando as informações que as pessoas das comunidades me passam, de acordo com a necessidade delas, mostrando realmente a importância de ações de prevenção”, explica.

    Leandro conta que encontra motivação para seguir em frente na atitude do filho, que ajudou, pelo menos, 11 pessoas a saírem do ônibus em que estava. “É nisso que encontro forças para continuar, para dar continuidade a essa ação heróica dele. Sempre buscando por respostas e ações de mudança para a preservação da vida”, contou

    Foto: Arquivo Pessoal

    Durante as buscas pelo filho, Leandro também atuou buscando por outros desaparecidos. Para ele, as buscas por todas as vítimas deveriam ter sido feitas de forma mais eficaz, para que todos fossem encontrados e que amenizasse o sofrimento das famílias que perderam seus entes queridos, por conta da maior tragédia climática da cidade. 

    “Nós sempre temos que deixar em evidência, tudo relacionado a essa tragédia anunciada, que poderia ter sido evitada, se houvesse um comprometimento do poder público, principalmente, na questão da prevenção. Afinal, nós já sabemos que isso é histórico, os deslizamentos e os alagamentos já acontecem há muitos anos” finaliza. 

    Instituto Gabriel Vila Real

    Motivado a manter o legado do filho, Leandro inaugurou no dia 15 de fevereiro deste ano, no dia em que a tragédia completou um ano, o Instituto Gabriel, que tem diversos objetivos, dentre eles, realizar monitoramentos, mapear áreas de risco para a realização de obras preventivas, cobrar medidas do poder público, além de realizar ações humanitárias, como arrecadações de mantimentos e cestas básicas, medicamentos, cadeiras de rodas, entre outros materiais. O instituto também tem como objetivo realizar ações voltadas para o esporte, uma vez que Gabriel era esportista e praticante de Jiu-Jitsu.

    No entanto, apesar de ter sido inaugurado, o instituto ainda não está em funcionamento, por questões documentais entre a instituição e a Prefeitura de Petrópolis.

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