
Um ano após incêndio que destruiu sobrado na Rua do Imperador, pouco se avançou na preservação de prédios históricos
Neste fim de semana completou um ano de um incêndio de grandes proporções que destruiu um sobrado na Rua do Imperador. Cinco lojas tiveram que refazer suas histórias e parte do conjunto arquitetônico tombado de Petrópolis foi destruída. As feridas estão lá, expostas até hoje, e o incêndio mostrou que a cidade está despreparada quando o assunto é a preservação do patrimônio e, desde então, muito pouco se avançou. Vários ícones da cidade seguem em mau estado de conservação. O icônico prédio da agência dos Correios é o maior exemplo, fechado, pichado e apenas com tapumes no entorno. Outros pedaços da nossa história que estão com sérios problemas são o Palácio Rio Negro – que definha desde pelo menos 2019, com previsão de obras estruturais apenas para este ano – e o prédio do antigo Fórum, onde hoje funciona o Cefet. No casarão onde funcionou a agência do Banco do Brasil, entre a Rua do Imperador e a Alencar Lima – que foi à leilão e hoje é de propriedade da iniciativa privada – a recuperação começou pelo telhado, mas também anda a passos lentos e sem previsão nem de conclusão do restauro, muito menos de entrega à cidade com algum tipo de atividade.
Em meio a esse cenário, Iphan debate revisão do tombamento
Como você pôde ver, a grande maioria dos prédios com problemas estruturais são de responsabilidade da União. E, em meio a esse cenário, em uma das cidades com maior patrimônio histórico do Brasil, o Iphan discute… a revisão das áreas de tombamento. Pela atualização, algumas áreas passariam a ser tombadas (como trechos de Mata Atlântica e a Avenida Barão do Rio Branco) e outras seriam destombadas, os rios Bingen e Quitandinha, além de espaços da Avenida Koeler. Após uma grande pressão da sociedade, no Iphan diz que só haverá “expansão das áreas protegidas” – incluindo, por exemplo, o complexo de Cascatinha, que teria uma lista mais robusta de itens protegidos, bem como a vila operária da Fábrica Cometa. De qualquer modo, é bom ficar de olho e vigilante. E cobrar um papel mais ativo do Governo Federal, em especial com os ativos que são de sua responsabilidade.
Mais investimento para o Corpo de Bombeiros
Um ano após o incêndio, também pouco se falou da necessidade de equipar e estruturar melhor o Corpo de Bombeiros. Naquele 14 de junho de 2024, nossos heróis ficaram de mãos atadas pelo menos em duas situações. O fogo começou a se alastrar por volta de 9h, mas a escada Magirus, que amplia a capacidade de resposta, veio do Rio de Janeiro apenas por volta de meio-dia. E, como a Tribuna noticiou na época, duas viaturas da corporação estavam quebradas no momento em que o fogo atingia a estrutura.
Frase polêmica pode virar CPI
E a polêmica frase dita pelo presidente do Inpas, Alex Christ de que “o instituto e o servidor foram furtados” por conta da retirada de recursos do Fundo Previdenciário para pagamento da folha, no fim da gestão Bomtempo, pode acabar virando CPI. Ontem, o vereador Léo França protocolou pedido para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito. Léo afirma que já tem quatro assinaturas – faltaria apenas uma para a abertura da investigação.
Déficit, fundo previdenciário e taxa de administração
Léo aponta três focos de investigação: Uma delas é o uso dos valores do Fundo Previdenciário para o pagamento das aposentadorias e pensões. Outra é a utilização, já na gestão atual, dos valores da Taxa de Administração para o pagamento da folha dos inativos. Christ admitiu, durante a audiência púbica, que utilizou deste expediente e garantiu que tudo foi feito de forma legal, mas o vereador de oposição questiona a falta de anuência por parte do Conselho Municipal de Previdência de Petrópolis e os órgãos internos de controle do Inpas.
A conta não fecha
Em parecer favorável à decisão judicial que obriga a Prefeitura a recalcular o reajuste da tarifa de ônibus, atendendo ao pedido das empresas (que querem levar a passagem a R$ 6,40), o Ministério Público disse que a “grave situação econômica” das empresas é exemplificada “pelo péssimo estado em que os ônibus trafegam”. Beleza. E quem paga a conta é o coitado do usuário, que hoje já enfrenta esse “péssimo estado em que os ônibus trafegam” pagando R$ 5,30 a viagem?
Lei e ordem
E quem precisou passar pelo Centro na tarde de ontem estranhou o trânsito: parou tudo à tarde, antes do horário de pico. Teve gente relatando que demorou quase uma hora para atravessar a “zona sul” do Centro, do Obelisco até a Praça da Liberdade. As forças de segurança realizaram uma grande operação na Rua Nelson de Sá Earp para apreender motos irregulares. Essas ações para coibir quem está fora da lei – e, principalmente, motoqueiros barulhentos – têm se intensificado, inclusive nos fins de semana.
Alívio
A delegação brasileira que foi para um congresso em Israel e acabou em meio ao fogo cruzado com o Irã enfim saíram do confronto. Os políticos, incluindo o prefeito de Nova Friburgo, Johnny Maycon, foram para a Jordânia e garantiram retorno ao Brasil em um vôo fretado.
Pedra do Ingá
O deputado Yuri Moura realiza hoje, a partir das 10h, audiência pública na Alerj para discutir uma solução definitiva para os moradores do Ingá, na Posse. Desde 2016 há o desplacamento de rochas no local e 40 famílias que viviam lá recebem o aluguel social, mas sem qualquer tipo de indenização ou reassentamento.

Contagem
Estamos há 2 anos, 1 mês e 13 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.