Ultrapassados, terminais de ônibus são rebatizados, uma homenagem sem capricho
A Câmara de Vereadores batizou recentemente espaços públicos com nomes de homenageados. Um dos casos é o Terminal de Corrêas, que agora passa a se chamar Terminal Luiz Caubi da Silva, que foi coordenador do espaço e comerciante na localidade por quase 30 anos. Em Itaipava, o terminal foi batizado de Maurinho Branco, ex-vereador e ex-presidente da CPTrans. Já o Parque Crémerie recebeu o nome de Desembargador Lúcio Vasconcellos de Oliveira, que foi vereador por três mandatos, ocupando também cargos públicos no Executivo e em clubes de serviços da cidade, um currículo extenso de trabalhos prestados por Petrópolis.
Reforma antes
Talvez fosse o caso de nossas autoridades combinarem de, pelo menos, dar uma guaribada nos espaços públicos antes de fazer as homenagens. Pensa em terminais sem conservação, com pombos fazendo o número dois na cabeça dos usuários, filas e banheiros detonados. Essa é a situação dos transbordos de Corrêas e Itaipava, construídos nos anos 90 e que pararam no tempo. E o Parque Crémerie está no mesmo bagaço. Aquela reforma de R$ 3 milhões prometida pela gestão Bomtempo subiu no telhado.
É só coincidência
No material de campanha enviado à imprensa, o prefeito Bomtempo, candidato à reeleição, disse que a saída definitiva da Petro Ita “é uma questão de tempo”. Só que no decreto que criou a comissão especial de licitação para conceder as linhas ainda operadas pela empresa e aquelas repassadas para a Cidade Real, Bomtempo estipulou prazo de um ano, iniciando em agosto. Mas, em agosto de 2025 não vence o contrato da Petro Ita, renovado sem licitação pelo próprio Bomtempo em 2015? Dá certinho um ano.
TCE que mandou
Neste material de propaganda, Bomtempo diz ainda que “não vamos mais permitir as sucatas no transporte de Petrópolis”. Mas, está apenas cumprindo uma determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que em 2021 proibiu a renovação do contrato com a Petro Ita e exigiu a realização de uma nova licitação. Só que, de 2021 até agora, a situação foi piorando, piorando, teve o incêndio, piorou mais ainda e nada de Bomtempo tomar uma medida energética.
Exemplo bem perto
No mesmo material de campanha, Bomtempo exalta seu vice, Mustrangi (também candidato à reeleição), que em 2010 interviu no sistema de transporte e retirou das ruas as empresas Autobus, Esperança e Petrópolis. Isso deixou a Petro Ita e a Cascatinha como as únicas operadoras. Terminou o governo de Mustrangi, Bomtempo assumiu, e o que fez em 2015? Continuou o que o antecessor iniciou a duras penas? Que nada! Prorrogou o contrato dessas duas empresas por mais 10 anos, sem licitação.
Tá escrito lá
Esse um ano a mais de operação da Petro Ita pode ser confirmado pelo contrato que a Prefeitura fez com a Cidade Real, que assumiu parte das linhas da empresa. O extrato do contrato foi publicado agora e o documento prevê prazo de operação de um ano. Mesmo porque uma empresa não assumiria, com 30 ônibus, linhas de outras se ficasse pouco tempo em operação, certo?
Contagem
Petrópolis está há 1 ano e 102 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Sehac assume mais unidades
A gente vem falando aqui que, aos poucos, a Prefeitura vai transferindo a gestão de unidades de saúde ao Serviço Autônomo do Hospital Alcides Carneiro (Sehac). O Sehac, com mais de R$ 460 milhões em dívidas, já administra, além do Hospital Alcides Carneiro (HAC), as três UPAs da cidade e diversas Unidades Básicas de Saúde (UBS), como as do Bairro da Glória, Carangola e Itamarati. Também assumiu, há três meses, o Posto de Saúde Dr. Sérgio Luis Bastos, do Castelo São Manoel, em Corrêas. Agora, passa a administrar o “Complexo Padre Francisco Montemezzo”, que abrange a UBS Frei Leão, o Núcleo de Especialidades Médicas e Reabilitação Evelyn Luiza Netto da Silva, e a Unidade Pré-Hospitalar Leônidas Sampaio, todas no Alto da Serra.
Essa, não!
O prefeito Bomtempo, ao realizar remanejamentos de verbas no orçamento, destinou R$ 1,5 milhão ao Fundo Municipal de Educação. No entanto, a origem desses recursos tem gerado críticas: foram retirados R$ 50 mil da reestruturação dos Núcleos de Defesa Civil (NUDEC) e R$ 500 mil da área de inovação tecnológica e monitoramento contínuo da Defesa Civil. A decisão levanta preocupações, principalmente em uma cidade como Petrópolis, que tem um histórico de tragédias naturais e depende fortemente de investimentos em prevenção e resposta a desastres.
E o prefeito Bomtempo, em seus remanejamentos de verbas do orçamento, transferiu R$ 1,5 milhão para o Fundo Municipal de Educação. Até aí, nada demais. O problema é de onde foi retirada a verba. A reestruturação dos Núcleos de Defesa Civil (NUDEC) perdeu R$ 50 mil e Inovação Tecnológica e Monitoramento Contínuo de Defesa Civil ficou sem R$ 500 mil.
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