• Últimos meses de operação da Petro Ita em Petrópolis foram marcados por acidentes, quebras e paralisações

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  • 11/set 09:00
    Por Maria Julia Souza I Foto: Reprodução

    No último sábado (07), a Prefeitura de Petrópolis publicou um decreto que proíbe a circulação da Petro Ita em todo o município e substitui os coletivos da empresa por outros veículos das outras viações do sistema. A publicação do decreto ocorreu um dia após os rodoviários da empresa iniciarem uma paralisação por conta dos salários atrasados.

    Em julho, um outro decreto passava as linhas do Morin, Alto da Serra e do Meio da Serra para a Cidade Real. As demais linhas permaneceram sendo operadas pela Petro Ita e, segundo a Prefeitura, a operação seria feita “de forma precária e temporária”, até a licitação.

    Em outro decreto, que declarava a caducidade do contrato, a Prefeitura afirmava ainda que um processo administrativo da CPTrans apurou um quantitativo crescente de falhas na prestação dos serviços pela Petro Ita, em especial por quebras de veículos e falhas mecânicas, e diz que a situação “coloca a população e os rodoviários em grave risco a sua integridade física, seja aqueles transportados, seja aos transeuntes”.

    Leia Também: Prefeitura admite: Petro Ita vai continuar a operar de ‘forma precária’ até a licitação

    TJRJ suspende decretos municipais

    Em agosto, a Petro Ita conseguiu, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), a suspensão dos decretos municipais que culminaram na retirada da viação do Morin, Alto da Serra e do Meio da Serra, e retomou a operação nas localidades. 

    A Prefeitura ingressou então com um pedido de reconsideração da decisão do desembargador Nagib Slaibi, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), e um novo decreto foi publicado, autorizando a operação da Cidade Real nas localidades, até que a decisão final da Justiça fosse publicada. Apesar do pedido, o TJRJ manteve a suspensão dos decretos municipais de caducidade do contrato e transferência das linhas das regiões. 

    Na ocasião, o desembargador considerou que os decretos foram contraditórios, uma vez que um deles ressaltava que a empresa não tinha condições de dar continuidade à prestação do serviço, e o outro concedia a autorização para que a empresa continuasse a operar 69% das linhas “de forma precária”. Até que na última semana, o Superior Tribunal Federal (STF) atendeu um recurso da Prefeitura para manter os decretos. 

    Leia Também: STF restabelece decretos que retiram Petro Ita do Alto da Serra, Meio da Serra e Morin

    Operação foi marcada por acidentes

    Acidentes e quebras diárias foram os principais problemas enfrentados pelos usuários da Petro Ita. O último acidente registrado com um veículo da empresa ocorreu no início deste mês. Na ocasião, o ônibus que atendia a linha 24 de Maio teria perdido o freio, atingindo outros veículos em uma descida da localidade. Ninguém ficou ferido.

    Em outro caso, um motorista foi agredido após o veículo que conduzia apresentar problemas mecânicos durante o trajeto, próximo à Rua Augusto Severo, no Morin. Uma pedra foi arremessada em direção ao coletivo e atingiu o rodoviário.

    A falta de freio era um problema recorrente nos coletivos e, em outra ocasião, um ônibus que fazia a linha 436 – Alto Independência via Alto da Serra, colidiu em um barranco no Independência. Quatro pessoas ficaram feridas.

    Greve dos rodoviários

    Já na última sexta-feira (06), os rodoviários da Petro Ita iniciaram uma paralisação no Terminal Centro. O motivo seria novamente o atraso de salários. O Sindicato dos Rodoviários havia informado que a ação decorria do descumprimento, por parte da empresa, de um acordo realizado entre a categoria no fim de agosto. Na ocasião, a CPTrans também informou que a Prefeitura faria o repasse do vale-educação às empresas e, com o recurso, os salários seriam pagos.

    A paralisação continuou até esta segunda-feira (09) e seguia sem data prevista para o retorno das atividades. Durante uma reunião entre as partes, foi acordado que após o pagamento do vale educação – devido à empresa pela Prefeitura de Petrópolis, previsto para o dia 15 de setembro, a Petro Ita se comprometia a regularizar os salários que deveriam ter sido pagos no quinto dia útil do mês. A Prefeitura, em resposta, desmentiu o Sindicato dos Rodoviários e informou que o repasse do vale-educação está em dia.

    Leia Também: Rodoviários da Petro Ita seguem em paralisação

    Petro Ita deixa de operar na cidade

    Já no início da noite dessa segunda-feira (09), a Prefeitura anunciou a proibição da circulação da Petro Ita na cidade, obrigando a empresa a retirar os veículos das ruas. Os coletivos estão sendo substituídos por veículos das outras empresas do sistema.

    O atendimento para as regiões do Quitandinha, Duques, Independência, Valparaíso, São Sebastião, Siméria, Capitão Paladini, Olga Castrioto e Santa Isabel está sendo feito pelas outras empresas que integram o sistema (Cidade Real, Turp e Cidade das Hortênsias). A previsão é que mais ônibus cheguem ao longo da semana.

    Nas regiões do Alto da Serra, Morin e Meio da Serra, o atendimento também continua com a empresa Cidade Real em substituição a Petro Ita.

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