UERJ retomará aulas na próxima terça-feira
A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) confirmou que as aulas do curso de Arquitetura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) – Campus Petrópolis vão ser retomadas na próxima terça-feira (29). A confirmação foi feita por meio de nota, depois de uma série de questionamentos feitos pela imprensa com relação às condições da estrutura do prédio principal da unidade e também sobre a ausência de documentos necessários para o funcionamento.
Além da falta do alvará de localização e do Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros, o estado de conservação da estrutura da casa onde fica o campus preocupa os alunos que vão estudar no local.
Conforme laudo emitido numa vistoria realizada em setembro de 2014, o local já apontava infiltrações, problemas com o telhado, cobertura externa, telhas mal posicionadas, peças adaptadas de forma incorreta, gerando problemas de desequilíbrio para a estrutura do telhado e até mesmo infestação de cupins, que podem gerar problemas à estrutura. O documento diz ainda que os quadros de circuito de energia utilizavam sistema de proteção “fora das normas atuais” e que a fiação estaria exposta em parte do telhado.
No laudo, assinado por dois arquitetos petropolitanos, entre as medidas emergenciais a serem tomadas para que o local possa ser utilizado com segurança está a interdição imediata da edificação, que, segundo os arquitetos, garantirá a segurança dos trabalhadores para que os serviços de recuperação sejam realizados sem oferecer risco.
A Tribuna procurou a Universidade, questionando-a sobre os problemas apresentados pelo local. O coordenador do campus, Freddy Van Camp, disse que todas as medidas estão sendo tomadas para que os alunos possam voltar às aulas com segurança. “Estamos viabilizando todas as necessidades que estão surgindo. Temos plenas condições de funcionar. Foram feitos todos os reparos necessários desde o ano de 2014 para que pudéssemos operar sem nenhum tipo de problema. Tudo o que for preciso nós faremos”, garantiu.
Ainda segundo Freddy, o problema com relação ao alvará de localização se estende desde fevereiro. “A Uerj não precisa de alvará de localização, isso é garantido por lei, mas diante da pressão e da exigência entramos com um pedido na prefeitura e fomos lá protocolar em fevereiro deste ano, porém até hoje não tivemos nenhuma resposta. Nem um 'sim', nem um 'não'”, completou.
De acordo com a SECTI, o casarão estava sendo utilizado normalmente pelos estudantes antes da greve e nenhum problema foi apresentado. “O local era ocupado por uma unidade do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), administrado pela Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CECIERJ), vinculada à SECTI, sem nunca ter apresentado problemas”, diz a nota enviada pelo órgão.
Ainda segundo a Secretaria, a ideia é que os estudantes de Arquitetura do campus auxiliem na restauração do imóvel.
O prédio, que fica na pista sentido Centro da Avenida Barão do Rio Branco, tem grande importância histórica para a cidade e para o país. O imóvel, que pertenceu ao Barão do Rio Branco e foi adquirido pelo Governo do Estado por R$ 2,2 milhões, é tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac).
A Tribuna também tentou contato com o órgão de preservação, mas até o fechamento desta reportagem não obteve uma resposta.