• Ucrânia não vai pautar visita de Bolsonaro à Rússia, diz senador aliado de Putin

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  • 14/02/2022 15:36
    Por Carolina Marins / Estadão

    O presidente Jair Bolsonaro viaja nesta segunda-feira, 14, à Rússia no momento mais tenso da região desde a Guerra Fria. Segundo a inteligência dos Estados Unidos, os russos podem invadir ainda nesta semana a Ucrânia. Apesar do risco de uma nova guerra ser o assunto mais relevante no momento, o tema não deve pautar o encontro entre Bolsonaro e Vladimir Putin, garantiu um senador russo aliado de Putin.

    Segundo Andrei Klimov, senador pelo partido Rússia Unida, de Putin, e membro da Comissão de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação da Rússia (a Câmara alta), as conversas entre os dois líderes girarão em torno apenas das relações bilaterais, o que não inclui a atual tensão nas fronteiras da Ucrânia.

    “A meu ver, as questões a serem discutidas serão ditadas por: vínculos bilaterais e vínculos no formato Brics”, disse em entrevista ao Estadão. “Nesse sentido, as questões relacionadas ao chamado problema ucraniano não estão diretamente relacionadas às nossas relações bilaterais e às relações que ocorrem no formato Brics.”

    Klimov defende uma maior aproximação entre Rússia e Brasil, que já possuem relações importantes, principalmente no setor agrícola, mas que haviam esfriado nos últimos anos. “O Brasil é um dos maiores países do Hemisfério Ocidental, e isso explica a necessidade de desenvolver as relações russo-brasileiras em diversas áreas.”

    “Além disso, o fato de o Brasil participar do Brics determina a importância especial de nossos relacionamentos. E independentemente de quem está no poder nos países do Brics, é muito importante que esse formato continue seu desenvolvimento, e isso é importante para todos os participantes do Brics. E me parece que nossos colegas brasileiros entendem bem isso”, defende.

    O senador chama atenção para uma abordagem enviesada, em suas palavras, feita pela mídia ocidental do que tem ocorrido no Leste Europeu. “É claro que as questões ucranianas são amplamente conhecidas hoje, mas infelizmente, o que estão falando, especialmente na mídia ocidental, está muito longe do que realmente está acontecendo”.

    “Eu não gostaria de discutir ilusões, todos os tipos de falsificações e teorias, e tenho certeza de que os líderes de nosso estado, o presidente Putin, o Ministério das Relações Exteriores, chefes de ministérios e departamentos preferem discutir as questões que estão diretamente relacionadas à interação de nossos dois países”, pontua.

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