UCP e Petrobras inauguram laboratório inédito de cabos de aço no Hemisfério Sul
A Universidade Católica de Petrópolis (UCP), em parceria com a Petrobras, dá um passo importante na fabricação de cabos de aço usados, principalmente, nas plataformas de extração de petróleo. Foi inaugurado nesta quinta-feira (20) o Laboratório de Ensaios a Fadiga de Cabos de Aço que vai funcionar no campus Barão do Amazonas. Com projeto idealizado e executado por docentes da UCP, a máquina – inédita em todo o Hemisfério Sul – possibilita testes rigorosos em cabos de grande capacidade usados na elevação de cargas, principalmente nas plataformas e também em elevadores.
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Na ocasião estiveram presentes o reitor da Universidade, padre Pedro Paulo de Carvalho Rosa; vice-reitor, maestro Marcelo Vizani; pró-reitora de graduação, Regina Máximo; pró-reitor administrativo, Anderson Cunha; pró-reitor administrativo adjunto, Henrique Lisboa; professores da Instituição; representantes da estatal e também fabricantes de cabos de aço.
“Esse momento para a Universidade com certeza é um mais um marco histórico. Porque depois das ideias iniciais, das possibilidades estudadas se olhou muito de perto onde poderíamos buscar para conseguir concretizar esse sonho inicial. Sonho despertado pela Petrobras e idealizado pelos nossos professores, que abraçaram o projeto, tendo em vista na Universidade o ganho acadêmico, seja para docentes como alunos que participaram. E estamos aqui, com a máquina agora como um laboratório ativo para alunos e professores. É motivo de alegria e agradecimento a todas as instituições envolvidas nesse projeto, que nos traz uma máquina única em toda a América Latina”, destaca o reitor da UCP, padre Pedro Paulo de Carvalho Rosa.
O Laboratório é fruto de um convênio de pesquisa e desenvolvimento firmado entre a Petrobras, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a UCP, que concorreu com diversas instituições renomadas para o projeto. Ele foi feito em três etapas: a primeira foi a construção do prédio que abriga a máquina, onde funcionará o laboratório; a segunda foi o desenvolvimento no computador de todo o projeto da máquina; e a terceira foi a construção do equipamento, que só existem outros com a mesma capacidade na Alemanha e uma nos Estados Unidos.
“A importância da inauguração deste laboratório é de extrema relevância não só para a Petrobras, mas para a sociedade civil como um todo. Ele vai permitir o desenvolvimento da indústria de cabo de aço no Brasil, permitindo que os usuários em conjunto com os fabricantes possam desenvolver novos materiais e novas estruturas em cabo de aço”, explica Vinícius Rabello, representando a Petrobras junto com Guilherme Pamplona. Ele destaca o potencial da máquina não apenas no mercado nacional, mas ainda além.
“A gente espera que esse laboratório possa produzir trabalhos acadêmicos, e em conjunto com a indústria atingir os objetivos pelos quais ele foi construído. A prestação de serviços tanto para os usuários quanto para os fabricantes é uma vantagem que a UCP passa a ter em função de ser o primeiro laboratório não pertencente à fabricante e disponibilizado para a sociedade como um todo na América do Sul”, frisa Vinícius.
Concorda com ele o representante da fabricante Bridon-Bekaert, Fernando Ferraz, que esteve presente na inauguração do Laboratório da UCP. A empresa tem sedes na cidade paulista de Osasco e Macaé, no Rio de Janeiro, com unidades por todo o Brasil.
“Quem fabrica cabos de aço e quer qualidade, o método de controle de qualidade verifica essa qualidade de formas indiretas. Mas são formas indiretas, porque o teste final é no campo. Esses parâmetros que essa máquina vai nos dar, os resultados, vão facilitar para o fabricante que quer a boa qualidade, mostrar a finalização do produto. Isso para mim é o grande valor desse equipamento. Ter no Brasil um equipamento deste é de extrema importância para a gente. E para os outros fabricantes que estão por aí, porque realmente vai mostrar a diferenciação de qualidade da forma mais próxima da realidade”, observa o gerente da sede da Bridon-Bekaert em Macaé.
Máquina vai possibilitar melhoria nas normas e também pesquisas para um novo mercado
O Laboratório de Ensaios a Fadiga de Cabos de Aço surge como um diferencial para a indústria de cabos de aço, trazendo o pioneirismo da UCP à frente.
“Vejo três grandes importâncias da máquina para a UCP, Petrópolis e todo o estado. Primeiro que vai permitir o aperfeiçoamento da norma da ABNT referente a esses ensaios de fadiga em cabos. A segunda é ela prestar serviço às empresas que vão fornecer os cabos ou amarras oceânicas para a Petrobras. E uma terceira questão muito importante é que ela vai propiciar pesquisas, tanto para alunos da graduação, bem como do mestrado. Já temos no nosso mestrado um grupo de pesquisa de professores que vão desenvolver trabalhos junto à máquina”, comenta o professor Giovane Quadrelli, coordenador do mestrado em Engenharia da UCP e do projeto do Laboratório.
Para o professor e coordenador do curso de Engenharia Mecatrônica da UCP, Paulo Cesar Lopes Leite, que participou de todo o projeto e vai coordenar o Laboratório, a máquina vai atender um novo mercado e contribuir, também, para a melhoria do produto.
“O mercado brasileiro e sul-americano possui máquinas para ensaios de cabos para pequeno calibre. A nossa máquina tem capacidade para ensaiar cabos de até 76 milímetros. Ela foi projetada para atender a atual norma brasileira. Porém, ela tem sensores mais precisos do que a norma exige. Isso porque ela também será utilizada como instrumento para desenvolvimento de pesquisa aqui na Universidade”, explica, destacando que o equipamento vai contribuir para uma exigência maior na qualidade dos cabos.
“A existência dessa máquina no Brasil vai permitir que as empresas solicitem aos fornecedores de cabo de aço o certificado de fadiga por dobramento. Com certeza isso fará com que os fornecedores tenham com essa máquina uma capacidade de melhorar a qualidade e garantir essa boa qualidade nos próximos fornecimentos. Ela vai permitir isso não só para os fornecedores de cabo no Brasil, mas também nos países do nosso continente. Abre um mercado para esses novos clientes e a UCP se prepara para isso”, afirma.