• Trégua no Independência: Polícia ainda ocupa o bairro

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  • 18/07/2016 19:00


    (Foto: Alexandre Carius/ Redação Tribuna)

    A violência no bairro Alto Independência parece que deu uma trégua, ao menos enquanto as guarnições da Polícia Militar permanecem fazendo um trabalho ostensivo e ininterrupto nas principais ruas da localidade conhecida como Cantão, onde aconteceram várias trocas de tiro na semana passada.

     Na manhã de ontem, as escolas abriram normalmente, assim como o Centro de Educação Infantil Romano Canavense, que tinha suspendido as aulas na sexta-feira passada devido à falta de segurança e ao clima de instabilidade. Até o fim da tarde, pelo menos duas viaturas permaneciam na porta da creche, onde agentes da PM garantiam a segurança da população, armados com fuzis e pistolas. 

    Para os moradores, é hora de respirar aliviado. Já são cinco dias de paz, sem barulho de tiros na localidade. “Desde quinta-feira passada que não ouvimos aquela barulhada toda de tiro. Graças a Deus a situação está se normalizando e a paz está predominando. Só peço que o policiamento seja mantido aqui no nosso bairro e que eles nunca nos deixem, porque o meu maior receio é de que a bandidagem volte a dominar quando a polícia for embora”, disse um pai de família que mora na rua José Chaves, palco de disputa de facções criminosas. 

    As facções Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro do Rio de Janeiro disputam há, pelo menos, dois meses o “domínio” dos pontos de venda de drogas no bairro. A briga entre as duas organizações criminosas, que são consideradas duas das maiores do país, foi o principal motivo de, pelo menos, três das quatro trocas de tiro que aconteceram no bairro num período de três semanas. Em todas elas, um grupo de bandidos que estava no alto do morro atirava contra outro grupo que ocupava a parte mais baixa da localidade. Todas as trocas de tiro aconteceram na localidade do Cantão, que fica bem no alto do bairro. 

    Ao todo, cerca de 36 policiais ocupam o bairro com carros, camburões, motos e até mesmo a pé. Armados, na maioria das vezes com fuzis, os policiais dessa vez foram bem recebidos pela comunidade. “Uma vez tivemos problemas com a polícia aqui em cima, porque um policial desacatou uma moradora. Aí a comunidade partiu pra cima e deu a maior confusão, mas fora esse problema nós estamos muito satisfeitos com esse policiamento. Agradecemos de coração o 26º Batalhão da PM, porque sem eles nós estaríamos mortos aqui em cima. Eram muitos tiros, muitos gritos, explosões e enquanto eles permanecem aqui no nosso bairro, nós temos a quem recorrer, temos o nosso porto seguro”, enfatizou um morador. 

    Segundo a PM, o patrulhamento permanente vai continuar no local por tempo indeterminado e o patrulhamento de outros bairros não será prejudicado. 


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