• Transpondo o rubicão

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  • 14/06/2017 07:00

    Enquanto a burguesia ocupa os espaços institucionais com seu discurso capcioso, a classe trabalhadora começa a ocupar as ruas com sua ação direta. Este confronto inevitável vêm sendo represado há décadas: outrora por um golpe empresarial-militar e no tempo presente pela política de conciliação de classes que proporcionou novo golpe, deste vez empresarial-parlamentar.

    Enfraquecido em sua organização e combatividade por longos anos de apassivamento, a classe trabalhadora é instada, por força das circunstâncias, a reassumir seu papel histórico na condução dos destinos do país. Resulta daí seu protagonismo na resistência contra os ataques do capital e na luta contra o ilegítimo governo “puro-sangue” da burguesia que os patrocina.

    Ao contrário do que tenta transparecer a mídia burguesa, suas instituições não estão funcionando e o país caminha rapidamente para um quadro de polaridade e acirramento das contradições capazes de desmascarar o verdadeiro caráter das “reformas” que tentam impor aos trabalhadores, ao conjunto da população e ao Brasil. Isto quer dizer que não há mais que se nutrir ilusões com as soluções pactuadas e propostas pelo alto porque elas invariavelmente só beneficiam os segmentos dominantes, sempre unidos, em detrimento da classe trabalhadora, mormente fracionada e desmobilizada.

    O discurso de primazia da estabilidade, crescimento e geração de emprego tornou-se bordão na boca dos agentes do capital e passou a ser recitado sem cerimônia e em qualquer circunstância ante a ameaça que representa para seus interesses a solução para a crise na perspectiva dos trabalhadores.

    E é precisamente a necessidade de buscar sua própria alternativa que constitui o fator de unidade classista no sentido de enfrentar as forças da reação e todos aqueles que pretendem fazer recair sobre os ombros da classe trabalhadora o ônus da crise global do capitalismo.

    Logo, as próximas jornadas que se abrem com este novo ciclo de mobilizações, de meados de junho em diante, serão decisivas no que diz respeito à mobilização e resistência da classe trabalhadora em seu confronto com uma burguesia reacionária e chauvinista que não se mostra nem um pouco disposta a abrir mão de seus privilégios. Há que se transpor este Rubicão e, doravante, a sorte estará lançada.

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