Trânsito: dificuldades no Centro e fins de semana caóticos em Itaipava
Quando o assunto é a mobilidade urbana em Petrópolis, as pessoas logo imaginam alternativas que pudessem tornar o trânsito mais fluido, ágil e que otimizem a chegada da população aos seus destinos. Fato é que, nos chamados “horários de rush”, tem que ter paciência para encarar algumas ruas de determinadas regiões da cidade. Em Itaipava, por exemplo, onde diariamente há quilômetros de congestionamento, é um dos lugares dos quais os petropolitanos mais reclamam e cobram das autoridades medidas que amenizem tamanha dor de cabeça.
Os moradores do distrito acreditam que a maior causa dos transtornos quanto ao trânsito na região se dá por conta das escolas nas imediações. É bastante comum que pais e responsáveis estacionem os carros na entrada dos colégios para buscarem os filhos, amarrando assim todo o fluxo de veículos. O engenheiro Arnaldo Blezer é um dos moradores da localidade e constantemente convive com o problema. Durante o horário de entrada e saída dos alunos na altura do número 11.500, o trânsito fica caótico. “Por volta de 12h e entre 16h e 17h, o trânsito fica todo travado nos dois sentidos. São de 15 a 20 minutos de retenção só naquele trechinho ali. Já chegaram a testar uma terceira faixa, para quem estava vindo de Itaipava, mas ocorreram muitas batidas, e isso acabou gerando mais problemas”, observa.
Arnaldo afirmou também que, com a quantidade de pais que precisam deixar seus filhos na escola durante este horário e com o fluxo de veículos que a Estrada União e Indústria recebe, acaba criando um conflito. “O pátio da escola é pequeno e por isso não comporta todos os veículos. Assim os outros acabam ficando na rua, o que atrapalha totalmente o fluxo por ali”, disse.
Segundo Jorge de Botton, que é presidente da NovAmonsanta – entidade sem fins lucrativos e reconhecida pela Câmara Municipal como sendo de utilidade pública, já houve, no entanto, a realização de um projeto que visa duplicar a via da Estrada União e Indústria entre os trechos do supermercado Bramil e da Shopping Estação, criando assim uma faixa central sem interrupções, além da construção ainda de uma ponte que ligasse a estrada com a BR-040. O projeto foi concebido por um arquiteto e apresentado em reunião com a próprio prefeito, segundo Jorge. Entretanto, nada saiu do papel ainda.
Petrópolis tem apresentando crescimento acelerado na frota de veículos do município. Até fevereiro de 2019, o município contabilizou um total de 172.036 – o que representa quase dois veículos a cada três habitantes. Segundo a Prefeitura, por anos não foram realizados projetos para acompanhar tal crescimento. O órgão afirma que a CPTrans está elaborando o chamado “Plano de Mobilidade Urbana”, documento que visa nortear as ações do município acerca dos problemas pelos próximos 10 anos. O plano será apresentado em primeira mão durante a Conferência Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT 2019), que acontece no próximo mês.
Sobre o projeto em Itaipava, a Prefeitura ressaltou que a União e Indústria é uma estrada federal, de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e que, qualquer alteração nela depende da aprovação do órgão. Todavia, o município informou que está orçando os custos que as alterações do projeto apresentado pela NovAmonsanta vai gerar, para que assim os recursos sejam viabilizados. O município destaca também que o DNIT anunciou que as intervenções na União e Indústria serão realizadas em breve, e a expectativa da Prefeitura é que possa realizar essas alterações de maneira simultânea.
A Prefeitura informou também que, ao mesmo tempo, a CPTrans elabora projetos para diminuir o impacto provocado pelo volume excessivo de carros da cidade. A intenção é implementar, ainda neste semestre, alternativas para as áreas das ruas Montecaseros, 13 de Maio, Ipiranga e Praça da Liberdade, além de outros pontos que sofrem com o fluxo de veículos nos horários de pico.
Ao ser questionada sobre o número de agentes que são disponibilizados para estas áreas nos horários de pico, a CPTrans afirmou que conta com 15 profissionais, que trabalham em escala, tendo, em média, sete agentes atuando ao mesmo tempo em horário de pico. Ainda assim, declarou que faz constantes fiscalizações nos locais, mas sinalizou que é importante que os usuários tenham consciência de seu papel no trânsito. Irregularidades e infrações, porém, devem ser denunciadas à companhia no ato através do telefone 156. A ligação é gratuita.