Transferência de PMs compromete a segurança pública em Petrópolis
A transferência de 50 policiais militares e agentes da polícia civil para cidade do Rio, para atuar na segurança das olimpíadas, compromete a segurança pública de Petrópolis e o policiamento ostensivo realizado pelo efetivo do 26º Batalhão de Polícia Militar de Petrópolis. Os policiais descem para o Rio a partir desta segunda-feira e durante 48 dias vão ficar subindo e descendo todos os dias, o que levou muitos a manifestar preocupação com a própria segurança.
Segundo relato de um parente de um PM, que pediu para não ser identificado, os PMs que receberam a comunicação da transferência estão com medo, pois muitos vão descer de ônibus e outros de carro e temem pela segurança, devido a violência que muitos policiais são vítimas no Rio. Outro problema relatado é que estes 50 policiais não vão receber nenhuma diária e terão que bancar com recursos próprios a passagem e alimentação, além de subir e descer todos os dias.
A insegurança e o medo dos PMs é a mesma que a população vem sentido nos últimos meses, com aumento dos assaltos em estabelecimentos comerciais, residências e pedestres na cidade. O presidente da Comissão de Segurança da Câmara, vereador Reinaldo Meirelles (PP) considerou a situação grave e um desrespeito aos petropolitanos, lembrando que nas últimas semanas a PM e a Civil estão empenhados em conter o avanço da criminalidade e do tráfico de drogas na cidade, “mas com esta transferência o trabalho das duas instituições fica comprometido”.
O comandante do 26º Batalhão da PM, tenente-coronel, Eduardo Vaz Castelano confirmou a transferência dos PMs para o Rio, frisando que está cumprindo ordem do Comando Geral. A Tribuna tentou falar com o Comando Geral da Polícia Militar, enviando por e-mail pedido de esclarecimentos, no entanto, até o fechamento desta edição não teve resposta ou qualquer tipo de manifestação por parte das autoridades de segurança pública do governo estadual.
A decisão do governo do Estado em transferir PMs e agentes da Civil, desrespeita decisão judicial do juiz da 4ª Vara Cível de Petrópolis, Jorge Luiz Martins Alves, que decidiu na Ação Civil Pública do Ministério Público Estadual (MPE), que as transferências não ocorram e que, os policiais transferidos, assim como viaturas e equipamentos, sejam devolvidos a Petrópolis. No pedido da liminar e na decisão, o juiz e o MPE argumentam que tal medida compromete a segurança em Petrópolis, levando em consideração os últimos casos de violência ocorridos na região do Centro Histórico e dos distritos.
Este mês de julho, diversos assaltos ocorreram na cidade, como no Brasão, na loja da Vivo e Caçula, num apartamento na Rua Roberto Silveira, a vários pedestres. Além disto, a Polícia Militar e Civil estão empenhados no combate ao tráfico da cidade o que tem levado a prisão de vários traficantes, alguns, como o que ocorreu esta semana no Alto Independência, teve como objetivo impedir que traficantes do Rio se estabeleçam em comunidades petropolitanas.