• Trajetórias de vidas

  • 27/07/2018 08:29

    Todos nós nos trazemos sob a vontade de sermos amados. Desde que nascemos, vivemos em vários tipos de berço em cada lar; somos acarinhados, envolvidos pelas naturais belezas do corpo pequeno, delicado, gracioso e trazemos em nós a esperança de um novo retorno. Não temos noção de nada, apenas, lidamos com as nossas necessidades sem saber que temos consciência ou raciocínio, sensibilidade, uma semente de razão e uma livre arbitragem nesse prosseguimento de vida.

    Crescemos. Quando chegamos à idade das travessuras em que refugamos, esperneamos, gostamos de alguma coisa ou mesmo sorrimos quando algo nos agrada, quando nos agradam ou sentimos que brigam conosco, daí percebemos que existem limitações às nossas atitudes.

    Crescemos um pouco mais, chegando aos anos da descoberta daquilo que podemos ou não fazer. Aí vem a rebeldia, os embates, uma realidade que se encontrava distante de nossos olhos.

    Crescemos um pouco mais e abraçamos a adolescência, sentindo, então, aspirações; queremos galgar algo, contestamos tudo, achamos que os pais e o resto da família estão todos velhos e fora da nossa época, porque os nossos pensamentos são sempre revolucionários e diferentes; achamos que vamos consertar o mundo, viver em liberdade, querendo cortar todas as amarras. E, assim, surgem as decepções e sentimos o peso dos limites; observamos o mundo, as pessoas, traçamos delineações, erguemos muros; limitamo-nos a fazer o que queremos; discordamos do processo educativo, dos envolvimentos políticos e sociais, queremos fazer, nós, a nossa sociedade; tentamos mudar a performance do nosso físico, achando que somos diferentes; por vezes, realmente, pedimos aconselhamentos psicológicos, embora queiramos sempre manter a nossa liberdade de ser e de pensar.

    Surgem, então, as decepções. A família e a sociedade exigem de nós posturas diversas; a rebeldia toma consciência da alma; protestamos, saímos de casa ou nos adequamos e nos fechamos em nós diante do campo familiar.

    Aí vêm as perguntas: quem sou eu? O que faço nessa vida? Por que a minha família é como é? Por que sou como sou? Vêm os argumentos, a busca por algo; percorremos segmentos religiosos, vamos dizer, buscando, assim, expressões outras que partam do mundo espiritual e que nos tragam respostas. E, quando não as encontramos, nós mesmos damos essas respostas a nós. Delineamos o nosso prosseguimento cármico, saímos satisfeitos ou entramos por um buraco sem fundo nas depressões ou nas viciações. Aí o Espírito se vê com ele mesmo, arguindo-se: – Por que Deus não olha para mim? O que eu vou fazer da minha vida?

    Todas essas delineações do prosseguir divergem de acordo com o livre arbítrio e com aquilo que já vem numa constância da consciência espiritual e não da consciência da personalidade atual. Muitas almas são socorridas nestes momentos, outras não querem ser penetradas. Vêm os desgostos com a vida, a sensação do nada, a fuga da vida carnal ou a procura por uma ajuda.

    Situa-se desse modo a alma diante dos recursos que a vida oferta e que não soube aproveitar outrora; hoje, recolhida em si, sofrida, recalcada com os pontos que trouxe em sua reencarnação, sem buscar os fatores em que está envolvida ou explicações certas numa consciência raciocinada. Assim, por vezes, deixa-se envolver por falsas ideologias, pelas ilusões da matéria e de um envolvimento espiritual errôneo.

    Como está a nossa vontade, hoje: é fraca, é forte? Buscamos uma consciência nítida e reta ou nos deixamos envolver pelos poluentes da matéria, do progresso, das chamativas do social, que exigem pontuações exageradas e de falsos otimismos.

    Ponderemos sobre isto e vejamos onde e como estamos pontuando a nossa vida; em bases na materialidade ou já num direcionamento mais firme espiritual? Olhemos para nós e prossigamos no caminho que desejamos, mas sabendo sempre que os efeitos serão sentidos e se irão repercutir na carne e no espiritual. 

    Últimas