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  • 18/02/2022 02:43

    E 2022 pode ficar tristemente marcado como o ano em que a tragédia das chuvas superou as anteriores, de 2011 e 1988 em número de mortes, desabrigados, desalojados e prejuízos materiais.  São 110 mortes até o fechamento desta edição da coluna, se aproximando das 134 vidas perdidas em 1988. E pela quantidade de desaparecidos e mais de 48 horas de soterramento e alagamento, este número pode crescer muito. Em 2011, o registro é de 73 mortes, mas o número também pode ser maior em função de desaparecidos nunca encontrados.

    56 anos de desastres

    A cidade tem uma longa trajetória de enchentes desde 1966 e nesses 56 anos de sucessivos desastres climáticos a situação foi agravada por ocupação desordenada e pouco investimento em planos de evacuação em massa. O intervalo entre os episódios nos faz ‘esquecer’ a bomba-relógio que paira sobre a cidade e que é acionada de tempos em tempos por questões climáticas.  

    Os heróis anônimos

    O que leva uma pessoa a arriscar a própria vida para salvar alguém? Sem equipamentos, sem treinamento, apenas no improviso, dezenas de heróis petropolitanos agiram na tarde de terça-feira em meio à enxurrada nas ruas do Centro e bairros. Com cordas improvisadas ou apenas dando as mãos e formando corrente humana, essas pessoas fizeram a diferença na vida de muitos. E continuarão anônimos.

    Os heróis anônimos que fizeram a diferença com as chuvas de terça-feira. Imagens tristes porque poderiam ser evitadas, mas que confortam o coração pela solidariedade e desprendimento.

    Vai ser diferente

    Claudio Castro, o governador, prometeu que não será igual a 2011 quando o governo estadual deixou para o federal construir unidades habitacionais o que não foi feito e a prefeitura compactuou com esse passe errado de bola.  São 11 anos à espera de casas e também de reconstrução do Vale do Cuiabá.

    Climão

    E Rubens Bomtempo fez das tripas coração para não encontrar Claudio Castro em sua vistoria nas áreas atingidas pelas chuvas quando o governador aqui esteve na quarta-feira. Mas, o encontro acabou sendo inevitável. Todo mundo notou e ficou no ar o constrangimento na coletiva de imprensa que juntou o Castro e Bomtempo. Na hora dos elogios, cada um mencionou a sua turma e ambos deixaram de mencionar um a outro. Desnecessário o climão.

    Turismo na tragédia

    Por mais incrível que possa parecer, tinha gente quarta e ontem visitando os escombros pelo Centro Histórico a pé no meio daquele lamaçal que escorrega demais. Sobretudo idosos, de chinelinho, pisando na lama, celulares em punho fotografando.

    Apenas parem!

    É por isso que estamos por aqui com aspirantes a político batendo fotos em todos os locais onde estão ‘ajudando’ as comunidades. Cada barreira é um flash.  É uma espécie de subcelebridade essa dos sub políticos.

    Fiscalização

    O prefeito Rubens Bomtempo ao declarar estado de calamidade – que precisa (e vai, evidentemente) ser reconhecido pelo governo federal torna sem burocracia e com dispensa de licitação contratação de pessoal, obras, serviços e tudo o mais para colocar a casa em ordem. Mas, isso não libera de fiscalização e este papel cabe aos vereadores. É o que a gente espera.

    Balanço

    Rubens Bomtempo (quatro mandatos de prefeito) e Paulo Mustrangi (um mandato de prefeito) hoje juntos como chefe do executivo e seu vice têm em suas carreiras registro de pelo menos quatro graves episódios de chuvas (2001, 2003, 2011 e agora 2022). Somando tudo são 251 vidas perdidas até o momento.

    Queimando o filme

    E o ex-interino Hingo Hammes chegou a fazer uma live para justificar o lance da passagem que voltou a subir, o não pagamento do subsídio e também o não retorno de 100% da frota. O finalzinho do vídeo, pelas redes sociais, HH agradeceu nominalmente a alguns espectadores e depois tascou: ‘tem uns aqui que não vou dizer o nome que é para não queimar o filme’.  Mas quem queimaria o filme assistindo uma live?

    Solidariedade

    É um alento em nossos corações ver a solidariedade em prática e de forma anônima. Muitos empresários dos setores de hotelaria, comércio e gastronomia deixaram de lado neste primeiro instante de socorro às vítimas as contas com os prejuízos que vão somar com a nova tragédia das chuvas. Arregaçaram as mangas e estão oferecendo cestas básicas a desabrigados e quentinhas e hospedagens para quem subiu a serra para a força tarefa de ajuda a Petrópolis.

    Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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