• Trabalhos heroicos

  • 04/05/2019 13:00

    Nesta semana em que se comemorou o dia do trabalho vale a reflexão sobre duas das profissões mais árduas e heroicas da atualidade: a de policial e a de bombeiro. Para muitos, mais do que uma função, ser policial ou bombeiro transcende a admiração, significa vocação, algo que vem desde o berço. Num mundo violento como o de hoje, em que grandes Centros, como o Rio de Janeiro, enfrentam verdadeiras guerras contra narcotraficantes, agir em nome da lei torna-se um desafio perigoso, mas, ao mesmo tempo, honroso e digno do reconhecimento de toda a sociedade. Da mesma forma, diante das catástrofes causadas pelos desmoronamentos, enchentes, entre outras, sempre há um bombeiro arriscando sua vida para salvar a de outros.

    No início desse ano, o concurso para oficial da Polícia Militar do Estado do Rio registrou mais de quatro mil inscrições, segundo o Ibade, banca organizadora. Tudo isso para 37 vagas, uma concorrência de 108 candidatos por vaga. No último concurso, em 2014, foram nada menos que seis mil vagas para Soldado, sendo 5.400 para homens e 600 para as mulheres. E para o corpo de bombeiros não é diferente. A procura é sempre grande. Muitos atribuem a grande procura ao desemprego, outros a tão sonhada estabilidade, fatores que, certamente, devem ser considerados. No entanto, há uma grande parcela motivada pelo sonho de vestir a farda, de servir à sociedade, combater o crime e salvar vidas, acima de tudo. E é bonita essa vocação, seja ela a profissão que for.

    Por outro lado, diante das grandes dificuldades, em 2017, foi registrado um número significativo de PMs do Rio que pediram para sair da corporação. Da mesma forma, na ocasião notou-se o aumento de pedidos de aposentadorias nos dois anos anteriores. O maior desde 2012. A falta de infraestrutura, salários atrasados, gratificações que não chegavam figuraram entre os motivos apontados. Faz sentido, considerando anos de uma política de segurança pública equivocada. 

    Muitos que sonhavam vestir a farda se decepcionaram, não pelo ofício, mas pela falta de apoio e condições adequadas para o exercício da profissão. A crise econômica na qual o Estado mergulhou também foi determinante, impactando diretamente as forças de segurança. Mas, mesmo com esse cenário, militares e civis, ambos membros de instituições centenárias, permanecem servindo à população, exercendo o seu ofício e buscando a manutenção da ordem.

    Hoje, a luz no fim do túnel está na nova forma do trato aos servidores. Uma nova relação travada junto aos agentes do Estado. E a esperança é que em breve possamos potencializar as condições de trabalho desses profissionais que são o braço que a população conta para ter os seus direitos de ir e vir garantidos em paz e com segurança.

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