• Torço para que a democracia teste figuras antissistema, de discursos fáceis, diz Renan Filho

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  • 05/set 12:58
    Por Luiz Araújo / Estadão

    O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirma torcer para que figuras políticas com discurso antissistema possam ter gestões testadas de forma a certificar suas incapacidades. “Eu mesmo torço para que a democracia, que é um jogo de tentativas e erros, teste algumas figuras que fazem discursos fáceis e não entregam nenhum resultado”, diz.

    As falas do ministro foram feitas na manhã desta quinta-feira, 5, em discurso na mesa de abertura da oitava edição do Fórum Nacional de Controle, com o tema “Governança de Infraestrutura: Planejamento, Financiamento e Impactos Climáticos”, realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

    A defesa sobre “testar” figuras antissistema foi feita no momento em que Renan Filho citava os pilares que julga como fundamentais para uma boa governança: ética, transparência e proximidade. Sobre o último pilar, avaliou que falta na política tradicional ações que sejam compreensíveis para todos, o que, para ele, abre espaço para ascensão da antipolítica.

    “Não adianta fazer nada longe do cidadão, que acha que os governos tomam decisões sozinhos, que são surdos – boa parcela acha isso de todos os governos, de esquerda e direita. Por isso temos esse clima de eleição antissistema. E normalmente o que vem vindo do antissistema é pior que o sistema, o que só sabemos depois de eleitos”, afirmou.

    Para o ministro, gestores com essas características tendem a falhar por falta de experiência e compreensão sobre o funcionamento legal da rotina própria da gestão pública. “Não têm experiência pretérita, nunca discutiram com ninguém que compreende, não conhecem história do controle e depois se propõe, disruptivamente a fazer um governo. Na verdade, rompem internamente o que é um governo – nada funciona”, avalia.

    Por fim, Renan Filho disse que o País segue observando a ascensão de personalidades com essas características. “Mas a vantagem da democracia é que ela coloca para dentro, mas coloca para fora o que não presta”, finalizou.

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