• Término de contrato com empresa terceirizada impede HAC de fazer cirurgias urológicas há 20 dias

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 09/04/2020 16:57

    O auxiliar contábil Carlos Alberto Schmitt Muller, de 49 anos, está há seis dias aguardando uma cirurgia para retirada de cálculos renais. Por força de uma liminar judicial, ele está internado no Hospital Alcides Carneiro (HAC), a espera do procedimento, mas segundo informou o paciente, não há insumos para realizar a cirurgia. 

    “O médico me falou que minha cirurgia é de urgência, mas que não há insumos. Neste período já tive duas crises e agora estão me ‘cozinhando’ aqui no hospital”, disse Carlos. Ele estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro, antes de conseguir a liminar na justiça. “Fiquei seis na UPA até que recorremos à justiça e agora estou no HAC, mas sem nenhuma previsão de quando vou operar”, comentou.

    Leia também: Paciente com Covid-19 deixa o hospital sob aplausos da equipe de saúde e alerta: ‘você acha que está imune até acontecer com você’

    Em março, médicos do Hospital Alcides Carneiro assinaram uma carta enviada à direção da unidade denunciando a falta de medicamentos, problemas na limpeza, ausência de itens de equipamentos de proteção individual e exames que não estariam mais sendo feitos no laboratório. O documento foi assinado por 12 profissionais.

    Em nota, a Prefeitura informou que há cerca de vinte dias o HAC não realiza cirurgias urológicas devido ao término de contrato com a empresa que fornecia certos tipos de material. “Novo contrato já foi realizado e, no momento, a unidade médica aguarda o recebimento do novo equipamento para a próxima semana”, informou. Ao mesmo tempo, a direção do hospital  vem tentando fazer a transferência do paciente para o Hospital Pedro Ernesto, em Niterói, unidade de referência em cirurgias urológicas.

    Sobre a denúncia de funcionários do hospital, a Prefeitura garantiu que hoje não há no HAC qualquer problema relacionado a seus insumos e equipamentos de trabalho. Diz que o documento com o alerta dos médicos, datado de 31 de março, faz parte de um fluxo privado da unidade. Seria, segundo o município, uma pauta que serviria de base em reunião entre médicos e diretores. “Tais informações, descritas na carta, fizeram parte de situações distintas, em momentos completamente diferentes, meses atrás, que foram imediatamente sanados na época pela direção do hospital. Vale dizer que o documento sequer chegou a ser protocolado à direção, evidenciando, novamente, fazer parte de demandas internas da unidade”, diz o governo municipal.

    A Prefeitura termina a nota afirmando que o Hospital Alcides Carneiro está, atualmente, em pleno funcionamento e atendendo com excelência, inclusive estruturado ao atendimento de casos suspeitos de COVID-19. 

     

    Últimas